A contabilidade da rádio 107 FM vai passar por uma investigação minuciosa da Promotoria de Tutela das Fundações do Ministério Público (MP). A iniciativa da devassa foi tomada pelo promotor de Justiça Marcelo Oliveira Costa, após publicação de O TEMPO em 16 de julho, que mostrou, com exclusividade, que gestores da emissora estavam na mira do MP por suposta apropriação indevida de recursos provenientes de contratos publicitários.
O processo instaurado prevê a realização de buscas em documentos e computadores da emissora que possam apontar indícios de distribuição de lucros entre os dirigentes da rádio, o que caracterizaria procedimento ilegal. A emissora sem fins lucrativos é administrada pela Fundação Educativa Quadrangular, entidade fundada pelo líder da Igreja Quadrangular, deputado federal Mário de Oliveira (PSC-MG), suspeito de mandar matar seu colega de parlamento, Carlos Willian (PTC-MG).
A rádio 107 FM tem como presidente o pastor Jerônimo Onofre da Silveira, braço direito e amigo de Mário de Oliveira. Conforme o relato de um ex-membro da IEQ, a emissora possui faturamento bruto mensal de R$ 500 mil e o lucro seria repartido entre Jerônimo e seu líder religioso. Os dois foram denunciados pelo MP, no ano passado, pelos crimes de desvio de dinheiro público, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha em função de um rombo de R$ 1,1 milhão repassados pela Prefeitura de Contagem à Escola de Ministério Jeová Jiré - outra entidade mantida pela Quadrangular, cujo presidente perpétuo é também Jerônimo Onofre.
A Jeová Jiré e Onofre estão com os bens bloqueados por determinação da Justiça. O promotor já determinou que a rádio 107 FM apresente a relação anual de informações sociais, que corresponde às contas prestadas pela emissora, dos últimos cinco anos. Ele quer saber também se os dirigentes da rádio responderam de forma adeqüada os ofícios e requisições encaminhadas pelo MP, de forma rotineira para todas as entidades filantrópicas e de cunho educativo.
O MP suspeita que as verbas publicitárias tenham sido desviadas e utilizadas em benefício dos dirigentes da Quadrangular, o que levanta a hipótese de outro crime, o enriquecimento ilícito.
fonte: O Tempo
colaboração: Rodney Eloy
3.8.07
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Um comentário:
Em tempo: Carlos Wiliam, o deputado, foi um dos 2 únicos deputados mineiros que votaram a favor daquele aumento salarial exorbitante, no começo do ano. Dúvidas? joga no google. E complementando... ele é dono de uma rádio evangélica aqui na minha cidade.
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