28.8.07

Em nome de Jesus Cristo

Viver até os 144 anos. Explicar o porquê de seus seis filhos homens terem sido batizados com o nome de George. Contar a lendária luta do Zaire, diante de Muhammad Ali. Mostrar que, com muita fé e trabalho, tudo ou quase tudo pode ser conseguido na vida.

Isto e muito mais está reunido em 255 páginas no atrativo e dinâmico Sem nunca jogar a toalha, que será lançado pela editora Thomas Nelson Brasil na Bienal do Livro, em setembro, no Rio.

'Ainda não sei se vou ao Brasil para o lançamento, mas gostaria muito, porque adoro esse maravilhoso país', afirmou Foreman, na sexta-feira pela manhã, por telefone ao Estado, diretamente de Dallas, desmentindo rumores de que teria cancelado sua vinda por causa do acidente aéreo da TAM, em Congonhas. 'Viajo o mundo todo e não posso ficar com medo', disse, bem-humorado, o ex-campeão mundial dos pesos pesados de 1973 e 1994.

Durante 20 minutos, Foreman falou também sobre a luta de Evander Holyfield, no dia 13 de outubro, pelo cinturão mundial, versão Organização Mundial, diante do russo Sultan Ibragimov. 'Quando eu ganhei o título, aos 45 anos, me chamaram de louco', brincou. A seguir, os destaques da entrevista com a lenda do boxe.

'Sem nunca jogar a toalha' vai fazer mais sucesso do a grelha que leva seu nome (mais de 100 milhões de unidades vendidas em todo o mundo, com o ex-boxeador como garoto-propaganda)?

Espero que sim (risos). Na verdade, quero que muitas pessoas aproveitem os exemplos que apresentei no livro para se tornarem melhores, como eu também me tornei. O sucesso espiritual é mais importante que o sucesso financeiro.

Muitas pessoas acham estranho um pastor ser também boxeador.

O boxe é uma profissão como qualquer outra. Existe o contato físico, mas o que se procura é ser mais esperto e atingir o outro, mas não com ódio. Fui um melhor boxeador depois que me aproximei de Deus.

Nos últimos Jogos Pan-Americanos, no Rio, mês passado, dois lutadores cubanos desertaram. Qual sua opinião sobre isso?

Isso sempre ocorreu e vai ocorrer com mais freqüência. O esporte se tornou muito profissional e com muito dinheiro envolvido. Também tive uma origem pobre e é normal que as pessoas procurem por dinheiro para melhorar suas vidas e de seus familiares.

Aos 44 anos, Evander Holyfield vai disputar o título mundial dos pesos pesados, no dia 13 de outubro, na Rússia. Você vai torcer por ele?

Lógico. Quando venci o título mundial aos 45 anos, muita gente foi contra eu lutar. Achavam que era louco. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é que a vida não acaba quando se completa 40 anos. Pelo contrário. A gente pode não ter a mesma condição física de um jovem, mas a experiência somada neste período da vida pode nos tornar melhor do que um garoto, que só vai no entusiasmo. Idade não é problema. Eu quis voltar a lutar há quatro anos, quando estava com 55 anos. Só não voltei porque minha mulher pediu para eu ficar mais em casa (risos).

Holyfield tem condições de repetir seu feito?

Ele só vai repetir meu feito se for campeão aos 45 anos (Holyfield completa 45 seis dias depois do combate). Acho que sim. Lutei contra ele em 1991. Evidentemente, ele era muito mais jovem, mas não se perde a garra e a confiança. Pelo que vem fazendo em suas últimas lutas, acho que pode se tornar campeão mundial.

Qual o melhor peso pesado da atualidade?

Gosto muito de ver o ucraniano Wladimir Klitschko em ação. Ele tem altura, é forte, sabe boxear, tem estilo. Acho que poderá unificar os títulos mundiais em breve.

Qual lutador você gosta de ver em ação?

Oscar De La Hoya. Além de ser um grande boxeador, ainda sabe como poucos levar público aos ginásios para ver suas lutas. Todos os seus eventos, como lutador ou empresário, são um sucesso. Bom para ele e melhor para o boxe. O boxe precisa de pessoas como Oscar De la Hoya.

Como você espera que será reconhecido pelas pessoas?

Uma pessoa que viveu em nome de Jesus Cristo.
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fonte: O Estado de S.Paulo

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