Por que não se ouve mais falar do “home office”? Nos anos 90, essa prometia ser a grande tendência para o futuro. Não deu certo?
Maciel
Deu. Nos anos 90, a idéia não surgiu devido ao conforto que o empregado teria se trabalhasse em sua própria casa. Ela nasceu mais da necessidade das grandes corporações de reduzir seus custos. Com empregados remotos, diminuía a necessidade de espaço nos escritórios – e de tudo o que advém disso, como móveis, materiais, café, transporte – e de funções de apoio – portaria, recepção, secretárias, boys. Atualmente, o número de prestadores de serviços que operam a partir de casa é grande, e está aumentando. Mas eles não têm o mesmo espaço na mídia que as grandes corporações conseguem, e isso dá a impressão de que o home office foi um modismo que passou. Para quem tiver interesse no assun-to, eu sugiro acessar um site que não quer vender nada, mas apenas compartilhar experiências e oferecer dicas de como trabalhar em casa. É o www.gohome.com.br.
Todo ano, eu tiro 30 dias de férias. A lei trabalhista me faculta fazer isso, mas eu não consigo escapar das gozações de meus colegas (“quem é rico pode”) e das recomendações irônicas dos chefes (“se você ficar muito tempo fora, vão perceber que você é dispensável”). O que fazer, perder dez dias com a família só para não ouvir bobagens?
Andréa
Você é mais feliz do que pensa, Andréa. Muita gente não consegue nem tirar os 20 dias mínimos de férias. Há empregados que só tiram férias no papel (assinam a quitação e continuam trabalhando) e há outros que saem, mas ficam disponíveis através do celular ou do e-mail, comprometendo o descanso. Você não deve se sentir culpada por usar um benefício que a lei lhe oferece, mas deve levar em consideração a cultura interna – se os diretores de sua empresa não saem de férias, os gerentes os imitam e o mau exemplo desce organograma abaixo. Há um ditado que diz: “Ditadores não tiram férias”. Veja o caso de Fidel Castro. Ele está no poder há 48 anos. Nesse período, quantos dias de férias ele tirou? Nenhum. Por isso, Andréa, você está certa em não se deixar “fidelizar”, mas não tenha dúvidas de que sua postura é um incômodo para os “fidelizados”.
Tenho 46 anos e sempre fui vendedor, em grandes empresas. Sou empírico, eu sei, mas em minha casa há uma prateleira cheia de prêmios que ganhei. Porém, pela primeira vez na vida, estou parado. Faz cinco meses que não consigo um emprego. Será que a profissão de vendedor mudou e eu não percebi?
Paulo B.
Sim, Paulo, mudou. Principalmente nas grandes empresas. A oferta de profissionais com nível superior, que se candidatam a vagas de vendedores, vem crescendo a cada ano. São jovens com muito gás e muitos diplomas, que falam inglês e sabem tudo de informática. Mesmo que tal excesso de qualificação não seja requerido para a função de vendedor, as empresas aproveitam a abundância de pretendentes. Você pode (1) correr atrás do tempo perdido e se atualizar ou (2) mudar seu foco e procurar vagas em empresas de menor porte.
Max Gehringer, na revista Época.
6.8.07
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