“Se quiserem brincar com a democracia, ninguém sabe nesse país colocar mais gente na rua do que eu”
As vaias a Lula não são uma “brincadeira com a democracia”, mas uma de suas expressões. Não significam um ataque à institucionalidade. Mas ele, sim, ameaça pôr na rua os seus tonton macoutes para, então, confrontar os adversários no braço. Mais: o Apedeuta confessa que, todas as vezes em que seu partido tingiu as ruas e a Esplanada dos Ministérios de vermelho, tratava-se de uma agressão à democracia.
“Deus fez o homem perfeito, com duas orelhas, uma para ouvir as vaias e a outra pra ouvir aplausos.”
Com a diferença de que, em alguns casos, as vaias são espontâneas, e os aplausos, arranjados. Ontem, em Cuiabá, um grupo de umas 60 pessoas foi impedido de chegar ao Centro de Eventos do Pantanal. Foram barradas pela polícia a uns 300 metros de onde Lula discursaria. O grupo se intitulava “Eu também vou vaiar Lula”.
“Se alguém acha que com estupidez vai atrapalhar que a gente faça o que precisa ser feito pode tirar o cavalo da chuva”.
Durante os leilões de privatização, no governo FHC, os partidários de Lula chutavam, literalmente, o traseiro dos investidores. Era o seu modo de entender a democracia. Hoje, por causa de uma simples vaia, ele ameaça botar a sua tropa particular na rua.
“Ninguém vai me ver de cara feia por isso. Podem ficar certos meus companheiros e companheiras que ninguém vai ficar com saudade de ver o Lula na rua. Com a democracia não se brinca, o que vem depois dela é sempre muito pior.”
A democracia brasileira está em risco, e ninguém nos avisou? É verdade. Os venezuelanos, por exemplo, sabem disto: o que vem depois da democracia é sempre muito pior. Durante os oito anos de governo FHC, o PT de Lula não cansou de promover arruaças, e o então presidente jamais afirmou que a democracia estava ameaçada. É interessante esse jeito de os petistas verem o mundo: ou você os aplaude, ou eles logo vêem risco de golpe de Estado. Lula confunde a sua pantomima pessoal com a história do regime democrático brasileiro.
comentários do Reinaldo Azevedo s/ os discursos de Lula ontem em Cuiabá e Campo Grande.
1.8.07
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