Nossa coerência
é estar mudando.
A chama desmaiou
e a levamos nos braços.
Tivemos a coragem
de superar o começo,
não transformar a filiação
em mapa de guerra,
imitação da treva.
O percurso tem sentido
quando percorrido.
Do resumo das veredas,
reverdece o sumo
de ter colhido
o sabor da vertente.
Nossa amizade
é mais um gole da gaita,
um golpe no tambor.
Nossa amizade
é estar névoas adiante
do que somos.
Só é mortal
o que não vimos.
Despeço-me do passado
como um cavalo sem dono.
Não devo conselhos,
não devo a franqueza
das pausas,
a serenidade dos escolhos,
não devo a força
de minha fraqueza.
Mergulho os calcanhares
a empurrar
a barca do ventre
e circundas o vazio,
os ciclos do som,
conciliado com a verdade,
pai maduro de minha escolha,
navegando
a paternidade das águas.
Fabrício Carpinejar, em “Um Terno de Pássaros ao Sul” (Escrituras, 2000).
é estar mudando.
A chama desmaiou
e a levamos nos braços.
Tivemos a coragem
de superar o começo,
não transformar a filiação
em mapa de guerra,
imitação da treva.
O percurso tem sentido
quando percorrido.
Do resumo das veredas,
reverdece o sumo
de ter colhido
o sabor da vertente.
Nossa amizade
é mais um gole da gaita,
um golpe no tambor.
Nossa amizade
é estar névoas adiante
do que somos.
Só é mortal
o que não vimos.
Despeço-me do passado
como um cavalo sem dono.
Não devo conselhos,
não devo a franqueza
das pausas,
a serenidade dos escolhos,
não devo a força
de minha fraqueza.
Mergulho os calcanhares
a empurrar
a barca do ventre
e circundas o vazio,
os ciclos do som,
conciliado com a verdade,
pai maduro de minha escolha,
navegando
a paternidade das águas.
Fabrício Carpinejar, em “Um Terno de Pássaros ao Sul” (Escrituras, 2000).
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