21.9.07

Dízimo compulsório

Uma decisão da Justiça deu à professora Renata Acosta Alves dos Santos, de Franca (interior de São Paulo), o direito de receber de volta o dinheiro que foi descontado do salário dela a título de "dízimo" pelo Instituto Paulista Adventista de Educação e Assistência Social de Franca. Na decisão, foi negado recurso à escola.

Evangélica, Renata trabalhou na escola nove anos e, nesse período, 10% de seu salário foi descontado e repassado à Igreja Adventista. No total, foram descontados R$ 31 mil. Como ela só entrou com a ação dois anos após pedir demissão, só teve direito a receber o valor descontado nos três últimos anos de trabalho, cerca de R$ 10 mil. Após um acordo com a direção da escola, aceitou receber menos, mas à vista: R$ 5 mil.

O valor ainda não foi pago, disse. "Demorei [a ir à Justiça] pois queria ter certeza do que estava fazendo. Essa ação é para a instituição repensar o modo como trata o funcionário."Na ação, Renata -que ainda freqüenta a igreja, mas diz que é evitada pelos outros fiéis- admite que assinou documento autorizando o desconto de 10% no salário (R$ 700 na época), mas, mesmo assim, a Justiça considerou a prática indevida.

Segundo a decisão, da 1ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, o desconto não se enquadra nas exceções previstas no artigo 462 da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) -adiantamento ou dispositivo de lei ou de contrato coletivo. Também não configura adesão a planos de assistência ou a entidade cooperativa, cultural ou recreativa.

"Quando ela entrou na escola e falaram do desconto, concordou porque todos da igreja que trabalham no colégio pagam o dízimo. Além disso, ela corria o risco de perder o emprego caso dissesse não", diz Reginaldo Santos, 30, marido de Renata.

Outro lado

A direção da escola não quis comentar o caso e também se negou a dizer se ainda cobra o "dízimo". Limitou-se a dizer que cumpriu a decisão judicial.

fonte: Folha de S.Paulo
colaboração: Luciano Cavani
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Dízimo descontado em folha, a direção da escola silente s/ o assunto e os irmãos da igreja evitam a reclamante. Tudo isso poucos dias depois de uma reportagem da Veja elogiar as escolas adventistas.

2 comentários:

Luis Souza disse...

Fidelidade em débito automático... mais acho que não é nada novo, dizem que algumas igrejas/mega/big/templos que tem lojas de conveniência em sua propriedade também utilizam o mesmo método... se a polícia federal se propor a investigar, qual seria o nome da operação?

`:_(°)~ Mεnos έ Mąis ~(°)_:´ disse...

Devolvo meu dízimo, esses 10% não me pertencem, não estou nem aí, nem conto com esse valor.
Não é meu caso, graças a Deus, mas se a Igreja levar tudo para os EUA dentro da Bíblia, o problema é deles.
Irão prestar contas um dia.
Faço minha parte.
Cabe aos senhores legisladores, criarem leis que façam com que as igrejas publiquem balanço e paguem impostos, como no jogo do bicho, por que não?
Assim não haveria lavagem de dinheiro.
Deus nunca me desamparou.
Vcs desclassificam tudo.
Dinheiro é tão menor que Judas segurava a bolsa de dinheiro de Jesus.
Isso é uma questão de valores.
Para mim 10% não é nada, se comparado com tudo o que recebo de DEUS, não me arrependo de devolver o dízimo.
Prefiro do que pagar o INSS, isso sim é uma maracutaia.

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