O livro faz parte de uma série que vem tendo sucesso, como referência de orientação profissional, tanto para os jovens do título, como também para pessoas que estão no meio do caminho, ou mesmo mais perto do final, para refletir sobre suas emoções e deduções – e, às vezes, para se reinventar.
A minha introdução, como autor, na série, ao lado de celebridades como Adib Jatene, Fernando Henrique Cardoso, Ozires Silva, Roberto Duailibi, Bernardinho – deveu-se a uma coordenação de seminário sobre orientação profissional, na ESPM, a convite da editora.
Enquanto ouvia os palestrantes, ocorria-me que - por importantes que sejam os exemplos de profissionais bem-sucedidos em suas atividades, como médicos, políticos, empreendedores, publicitários ou atletas – a minha experiência de vida, tanto pessoal como em relação a amigos e parentes, era de uma certa diversidade, diria, até, pluralidade de funções.
No final daquela noite, estava sugerindo ao amigo Igdal Parnes, responsável pelo marketing da Campus, que considerassem, na série, um livro endereçado aos jovens indecisos (e, também, às jovens indecisas – coisa difícil de incluir no título, sem o tornar desajeitado...)
Além de a indecisão ser uma companheira inseparável, uma das características dos tempos que estamos vivendo – neste entre-milênios - é o ressurgimento, na área profissional, do generalista, em contraposição ao especialista, cujo prestígio se prolongou ao longo do século passado, até recentemente.
Minha atividade profissional em propaganda e marketing ajudou a ter esta visão: um bom publicitário deverá ser um bom comunicador, o especialista em marketing deve bem conhecer as empresas e seus processos produtivos. Mas não é suficiente.
Ambos os profissionais lidam com "consumidores" - que são pessoas - e com os fatores do ambiente externo, que é o mundo - e contém geografia, história, economia, biologia, química, arte, arquitetura, música, teatro, esporte - em uma palavra: cultura. E pessoas são ainda maiores do que o mundo: cada uma possui seu universo interior, que a sociologia, a antropologia e a psicologia tentam compreender.
A observação feita, às vezes, com cinismo, de que as condições econômicas e sociais estão levando a uma situação em que, embora haja cada vez menos empregos, há cada vez mais trabalho – reforça uma posição favorável ao pluralismo profissional.
Não se trata mais de ser isto ou aquilo – médico ou engenheiro, advogado ou sociólogo, publicitário ou músico, veterinário ou chefe de cozinha – mas de incorporar o "e" da filosofia Zen, que preconiza que você pode ser isto, ser isso e ser aquilo, simultânea ou seqüencialmente, sem medo de perder a identidade.
Estou acompanhando o percurso dessas "Cartas" com curiosidade. Espero que sejam estimulantes, mas – sobretudo – confio em que levem mais pessoas a planejar seu futuro pensando sobre qual opção (ou opções) que as farão mais felizes.
J. Roberto Whitaker Penteado, no Propaganda & Marketing.
Nenhum comentário:
Postar um comentário