14.9.07

Eu creio, mas tenho dúvidas (4)

A missionária Madre Teresa foi, sem dúvida, um grande exemplo de que a fé precisa vir acompanhada de obras, pois, caso contrário, seria uma fé morta. Acho perfeitamente normal que ela, como ser humano, fosse questionada em sua fé. Isso não significa que fosse uma mulher descrente, ao contrário. Acredito que o frio e o vazio que tocavam sua alma eram perfeitamente justificáveis na vida de uma pessoa que deparava todos os dias com a realidade mais crua e dura que se apresentava a ela: fome, miséria, doença, abandono. Fica para nós o exemplo de que as "noites escuras" existem, mas é preciso partir da escuridão rumo à claridade, encontrada apenas por aqueles que dedicam sua vida em favor dos outros ("A dúvida que corrói", 5 de setembro).
Hellen Vivian Moreira dos Anjos
Janaúba, MG

A "noite escura" de Teresa é a mesma de São João da Cruz e certamente a mesma de muitos católicos como eu, que têm descoberto, justamente nessas "noites", um sentido mais profundo para a vida.
Cristina Paiva Ferraz
Belém, PA

Todos os que são verdadeiramente chamados para o serviço do Senhor passam por momentos de extrema dúvida. Muitas vezes nosso Deus faz com que sintamos as dores do mundo, e nessas dores vem a solidão pastoral, acompanhada da dúvida. Será que realmente fui chamado? Quando isso ocorre, é o trabalhar do Altíssimo na vida daqueles a quem escolheu, nessas dores o servo afina o seu espírito com o de Cristo, que veio ao mundo unicamente para servir, veio sem vontade própria. Teresa de Calcutá, serva do Altíssimo, teve apenas momentos de solidão pastoral.
Quintino Orengo
Padre da Igreja Anglicana do Cone Sul da América
Recife, PE

cartas publicadas na última edição da Veja.

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