Acaba de ser decifrada por um teólogo uma Bíblia cheia de anotações encontrada no esconderijo onde foi capturado o padrinho da máfia siciliana, Bernardo Provenzano, em 11 de abril de 2006. De acordo com o jornal Corriere della Sera, o especialista afirma que os sinais indicam uma tentativa de transmitir mensagens.
A Bíblia era um exemplar das Edições Paulinas, publicado em 1968, com 1.425 páginas, incluída a introdução. Foi achada num casebre perto de Corleone, a poucos quilômetros de Palermo, capital da Sicília, onde Provenzano foi preso após 43 anos fugindo da justiça.
O texto sagrado, cheio de anotações, partes sublinhadas, flechas, símbolos, e outras marcações feitas com a caligrafia instável e a ortografia infantil de Provenzano, intrigou os agentes, que suspeitaram que fosse um instrumento de comunicação com seu grupo. No entanto, dois relatórios de investigação do serviço central de operações da policia italiana e do FBI norte-americano concluíram que não havia indícios de códigos cifrados.
Mas um sacerdote, teólogo e estudioso de textos sagrados excluiu a hipótese de uso "unicamente pessoal" do livro e sustentou que as anotações feitas pelo chefe corleonês "evidenciavam a vontade de transmitir mensagens", segundo o jornal italiano.
Provenzano "quis dar a estes sinais e anotações uma conotação precisa: isso indica um longo e refinado trabalho para elaborar um sistema", explicou o sacerdote. Segundo ele, o mafioso usava "esse instrumento por meio de linguagem bíblico-simbólica". Essa modalidade comunicativa "dirigia-se a filiados privilegiados dentro do grupo restrito e seleto", pontuou o teólogo cujo nome até agora não se sabe, recém nomeado auxiliar da polícia judicial.
Para ele, o padrinho do grupo mafioso Cosa Nostra "adotou essa linguagem bíblico-simbólica para formar um código seu personalizado, sem referências a complicados códigos pré-existentes".
fontes: ANSA / Notícias Cristãs
21.9.07
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