17.9.07

Vai vadiar

Trabalhadores que visitam sites de relacionamento como Orkut, MySpace ou Facebook durante o trabalho podem estar dando um prejuízo de mais de US$ 260 milhões (cerca de R$ 520 milhões) por dia às empresas da Grã-Bretanha, segundo um estudo feito no país.

De acordo com a empresa de advocacia trabalhista britânica Peninsula, 233 milhões de horas são perdidas mensalmente por empregados que "desperdiçam tempo" em sites de relacionamento.

O estudo – baseado em uma pesquisa com 3,5 mil companhias britânicas – concluiu que as empresas precisam adotar medidas firmes em relação ao problema. Algumas empresas do país já proibiram empregados de acessar o site Facebook.

O diretor da divisão de leis trabalhistas da empresa Peninsula, Mike Huss, recomendou que as empresas passem a bloquear o acesso a sites de relacionamento.

"Por que empregadores deveriam permitir que seus funcionários gastem duas horas por dia no Facebook quando estão sendo pagos para fazer um trabalho?", perguntou Huss. Ele disse que a perda de produtividade estava provocando uma "séria dor de cabeça" para as empresas.

Enquanto algumas empresas vêem esses sites como forma de motivar os trabalhadores, outras desaprovam seu uso.

No mês passado, a administração regional do condado de Kent, na Inglaterra, proibiu funcionários de usar o site Facebook em uma tentativa de eliminar "desperdício de tempo".

Mas o sindicato dos trabalhadores britânicos TUC – Trades Union Congress – argumenta que proibições não são a resposta e que firmas deveriam, ao invés disso, criar regulamentos.

A entidade disse que os empregadores têm o direito de impedir que trabalhadores visitem os sites durante o dia de trabalho, mas acha que os funcionários deveriam ter permissão de usar o horário do almoço para falar com amigos nos sites.

Huss, entretanto, não está convencido de que este tipo de abordagem vai funcionar a longo prazo. "Se uma empresa pode policiar o sistema e permitir acesso limitado apenas durante o intervalo de almoço, então tudo bem. Mas eu acho que seria mais fácil e menos caro proibir o acesso de uma vez".

Nesse meio-tempo, cientistas lançam dúvida sobre o papel real de sites de relacionamento na vida social das pessoas fora da internet. O pesquisador Will Reader, da Sheffield Hallam University, no norte da Inglaterra, vem conduzindo pesquisas sobre os novos tipos de amizade desenvolvidos online.

Ao apresentar seu estudo no BA (British Association) Festival of Science da York University, ele disse que as imensas listas de contatos de alguns membros do Facebook e MySpace não são representativas do seu verdadeiro status social.

Estudos feitos no início da década de 1990 revelaram que a maioria das pessoas tem cerca de 150 amigos e conhecidos, mas apenas cinco amigos próximos.

Reader disse que o número também se aplica a usuários de sites de relacionamento. O pesquisador acrescentou que as pessoas consideram o contato face-a-face essencial na construção de relacionamentos próximos.

O site Facebook, criado em 2004 por um grupo de estudantes da Harvard University, nos Estados Unidos, tem cerca de 30 milhões de usuários no mundo. O site MySpace tem 200 milhões.

fonte: BBC

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