No auditório formado por deputados, teólogos, estudantes e jornalistas, o professor Küng comentou os princípios da ética mundial, assegurando que eles não são frutos de uma ideologia ou estrutura ditada pelo Ocidente. Justificou que a ética é um consenso fundamental tanto para quem tem ou não religião: "Nenhum escritório, escola ou família conseguem viver sem os seus princípios básicos; é igual ao jogo de futebol: para dar certo, são necessárias regras globais e respeito para que se jogue um bolão".
Princípios fundamentais
O teólogo explicou que a ética global baseia-se em dois princípios fundamentais: a reciprocidade e a humanidade. Segundo ele, a reciprocidade já estava presente na regra de ouro de Confúcio, 500 anos a.C.: não faça ao outro o que não quer que façam a si mesmo. A humanidade também estava presente nas religiões chinesas e prega que cada ser deve ser tratado como especial.
A base desses princípios, explicou Küng, são quatro imperativos básicos (que também estariam presentes no budismo, judaísmo, cristianismo e islamismo):
1. Não mentir, principalmente as grandes mentiras que têm conseqüências sociais;
2. Não matar, principalmente em relação a genocídios em massa;
3. Não roubar, aplica-se, principalmente, a grandes centros financeiros que causam prejuízos a milhões de pessoas;
4. Respeitar a igualdade entre homens e mulheres. Segundo Küng, por tratar da sexualidade, esse é o principal problema para as religiões.
Na opinião do teólogo, para que esses princípios se realizem é necessário uma vontade ética. Por isso, segundo ele, é tão importante o papel das religiões, que devem motivar as pessoas a desenvolver esses comportamentos.
Contou que, numa platéia de jovens chineses, em Pequim, afirmou-lhes: "Não é preciso que vocês olhem para o Ocidente para ter a sua ética; basta que reconheçam os seus próprios valores".
Distribuição de riquezas
Recordou outro encontro, com o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter."Ele me disse que no tempo dele, na Casa Branca não se mentia". Porém, disse que o homem deve se ater à verdade, "não ao fanatismo da verdade". Lamentou que o Papa Bento XVI não ouviu tudo sobre a realidade brasileira, quando visitou o país este ano."Esconderam dele a verdade". Criticou: "Na Igreja Católica, infelizmente, há predisposição para a mentira". Perguntou: "O que Jesus faria diante da situação do mundo hoje?". Leia +
fonte: Agência Amazônia [via Clipping Evangélico]
3 comentários:
Eu nunca menti. Acredita?
Caro Pavarini,
Seu blog é de uma riqueza imensa de informações! Sempre que posso, passo aqui para ler alguma coisa interessante, sobretudo ligada ao mundo protestante brasileiro.
Gostei muito de ter lido esta reportagem sobre Hans Küng aqui. Foi uma excelente palavra que ele deu no lugar certo.
Grande abraço.
Os senhores representantes do povo brasileiro precisavam mesmo ouvir Hans Kung.
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