Para compreender uma pessoa por completo é preciso primeiramente entender de onde ela vem. É impossível entender as perspectivas do U2 em relação ao mundo sem espiar o ambiente social, religioso e político da Irlanda do Norte, especialmente no final dos anos 70 e início dos anos 80.
Naquela época, a Irlando do Norte era uma nação ferida pela agitação civil e muita selvageria foi feira em nome de Deus e da Pátria, dois argumentos usados ao longo da história para justificar inúmeras barbáries.
Em 1982, a banda estava fazendo um show em Belfast. Bono avisou que a canção seguinte seria sobre a Irlanda do Norte. Percebendo a tensão da platéia, ele esclareceu que não era uma canção de rebeldia e que, se não gostassem dela, a banda nunca mais iria tocá-la naquela cidade.
Ser de Dublin e intitular uma música de Sunday, Bloody Sunday era provocação demais. Bllody Saunday foi o nome dado a duas das datas mais tenebrosas da história da Irlanda. Em 30/1/72, 13 pessoas foram mortas em Derry durante uma marcha por direitos civis. Em 21/11/21, os britânicos invadiram a Associação Atlética Gaélica em Dublin e mataram 12 pessoas.
Essa canção emblemática tem muitos episódios relacionados a ela. Em 1987, o IRA explodiu uma bomba e 13 inocentes morreram. Na mesma noite, o U2 se apresentava em Denver, no Colorado.
Não posso acreditar nas notícias de hojeNão posso fechar os olhos e fazê-las desaparecer
Durante a música, Bono protestou contra o atentado estúpido e gritou “Fucked the revolution”. A banda não tocou a música durante quase dez anos, porque não conseguia desvinculá-la daquele dia em 1987.
Corpos espalhados num beco sem saída
mas não vou atender ao clamor da batalha
ele me irrita, me encurrala.
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