4.12.07

The show must go on (2)

Campo sagrado
A Igreja ChangePoint, no Alasca, acaba de inaugurar um centro esportivo
que inclui um campo de futebol coberto. Serve aos fiéis e é alugado nas
horas vagas. É comum que as igrejas evangélicas invistam
em negócios imobiliários
.

Nos Estados Unidos, as correntes evangélicas com templos gigantes, como o de La-kewood, foram as que mais cresceram nos últimos cinco anos. Hoje, existem 55 santuários semelhantes ao de La-kewood no país.

Para Scott Thumma, sociólogo do Instituto Hartford de Pesquisa Religiosa, sediado em Connecticut, grande parte desse crescimento pode ser atribuída à atmosfera de grandiosidade que os megatemplos proporcionam. "Os americanos gostam de pensar grande e projetar em larga escala. É justamente esse tipo de estilo de vida que eles encontram nos megatemplos", disse Thumma a VEJA.

A tendência dos santuários gigantes também tomou conta de outros países. Na Guatemala, foi inaugurado recentemente o templo Mega Fráter, com capacidade para 12 000 pessoas. Em El Salvador, a Igreja de Cristo Elim Central possui um templo gigante instalado na capital do país.

As congregações evangélicas brasileiras não ficam atrás. A sede da Igreja Universal do Reino de Deus, no Rio de Janeiro, abriga 12 000 fiéis, enquanto o Templo da Glória, da Igreja Pentecostal Deus É Amor, em São Paulo, pode receber 60 000 fiéis sentados ou em pé.

Os megatemplos evidenciam a intenção das congregações de fazer do local de oração parte do dia-a-dia das pessoas, e não apenas um lugar para freqüentar aos domingos. Além das escolas religiosas infantis, tradicionais nas igrejas evangélicas, os santuários gigantes oferecem infra-estrutura que mais se parece com a de um câmpus universitário. Prédios anexos ao auditório principal abrigam lanchonetes, livrarias, academias de ginástica e lojas que vendem desde roupas até bíblias.

A Igreja ChangePoint, em Anchorage, no Alasca, se destaca no quesito inovação. Recentemente, a congregação inaugurou uma arena esportiva coberta onde se ministram aulas de futebol para as crianças e que serve de pista de corrida para os adultos. Nos horários em que não é ocupada pelas atividades da igreja, a arena é alugada para particulares. "Essas atrações não religiosas servem para atrair o público jovem, que encontra na igreja os elementos de seu dia-a-dia", explica o sociólogo Thumma.

Há igrejas que expandem seus negócios para além das lojas e atividades de recreação. Envolvem-se na construção de condomínios residenciais, shopping centers e na oferta de crédito bancário para os fiéis. (continua)

fonte: Veja

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