A Igreja Yoido Full Gospel, na Coréia do Sul, e sua imensa
mesa de som e iluminação. Os sermões são transmitidos em coreano,
árabe, inglês, japonês e mais cinco idiomas
Entre as correntes evangélicas, a que mais cresce no mundo é a pentecostal. Na Coréia do Sul, um em cada vinte moradores da capital, Seul, pertence à pentecostal Yoido Full Gospel.
A igreja, cujos primeiros cultos foram realizados numa simples tenda em 1958, hoje possui mais de 830 000 membros e um megatemplo com capacidade para 12 000 pessoas. Boa parte desse crescimento pode ser atribuída à transmissão dos cultos pela TV, recurso recorrente das igrejas pentecostais.
Em Seul, a pregação do pastor David Yonggi Cho, líder da Yoido, é transmitida para dezenas de milhões de pessoas no mundo todo pela TV e pela internet, com tradução simultânea em oito idiomas.
"O apelo emocional da imagem de um lugar lotado de pessoas rezando e cantando é muito forte", diz o sociólogo Ricardo Mariano, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. "A televisão permite levar à casa das pessoas essa sensação de bem-estar coletivo característica do megatemplo, atraindo mais fiéis para a igreja", ele completa. São recursos como esse que empurram a expansão dos evangélicos.
Os templos são pop, mas nãosão maiores que as catedrais
Apesar de seu gigantismo, os megatemplos evangélicos não comportam mais fiéis do que as grandes basílicas e catedrais católicas. A Basílica de São Pedro, no Vaticano, um dos tesouros da humanidade, pode abrigar 60 000 pessoas. O santuário de Aparecida, no estado de São Paulo, para o qual fiéis de todo o Brasil afluem no mês de outubro, comporta 45 000 pessoas.
Além das proporções, o que diferencia os templos evangélicos dos católicos é a atmosfera que se respira em seu interior. Como os protestantes abandonaram a maior parte da simbologia cristã depois da Reforma, no século XVI, os templos evangélicos não têm a mesma riqueza de imagens e obras de arte das igrejas católicas.
A arquitetura, os adereços, as estátuas e os afrescos das catedrais, representando os santos e o reino celeste, evocam uma aura de transcendência e majestade.
A Basílica de São Pedro exibe obras de artistas do Renascimento como Rafael e Michelangelo. O altar, usado pelo papa para celebrar missas nas datas tradicionais católicas, é ornado pelo requintado baldaquino de Gianlorenzo Bernini.
A ornamentação dos templos evangélicos, por sua vez, tende a ser simples e reducionista, em razão da economia radical de símbolos e imagens que a religião prega. Em seu lugar, entra a estrutura necessária para grandes espetáculos pop.
fonte: Veja
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colaboração: Judith Almeida
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