Tenho um emprego que não sei se é um prêmio ou um castigo. Não há muito a fazer, por isso eu passo 80% de meu tempo navegando na internet. – Luciane
Não sei se é um castigo, Luciane. Mas, definitivamente, não é um prêmio. Se a empresa é de grande porte, peça oportunidades. Solicite uma transferência de área. Incorpore-se a qualquer grupo que seja formado. Se a empresa é pequena e não oferece condições de desenvolvimento, saia daí. Você tem, como se dizia antigamente, “uma ocupação”. Isso não existe mais. Agora, você tem uma carreira, e ela é sua responsabilidade.
Trabalho numa capital e estou estressado. Quero mudar para o interior e ter uma vida mais tranqüila e mais segura. Já conversei com minha família e todos concordamos que vale a pena ganhar menos e viver melhor. É isso mesmo, ou estamos deixando de avaliar algum fator? – Marco
Normalmente, Marco, quem faz essa transição pensa mais na vida doméstica e menos na dinâmica de uma empresa do interior, principalmente se ela for familiar. As decisões são mais pensadas, as mudanças mais demoradas, a hierarquia mais rígida. Isso não quer dizer que essas empresas sejam anacrônicas. Muitas são moderníssimas, mas caminham no ritmo delas. Ao mudar para uma empresa assim, você estará saindo da cultura de uma corrida de 100 metros, mais explosiva e mais imediata, para se incorporar à cultura de uma maratona, mais dosada e mais paciente. Se você estiver disposto a mudar seu estilo, tudo dará certo.
Qual é a diferença entre marketing e mercadologia, se é que existe alguma? – Ramon
Tudo o que termina em “logia” veio do grego logos (“palavra”, no sentido de “conhecimento”) e diz respeito ao estudo teórico de uma atividade. Ao cunhar o termo marketing, no final do século XVIII, os americanos juntaram market, “mercado”, com o sufixo ing, que em inglês passa uma impressão de continuidade, de algo dinâmico e prático. A diferença, se é que existe alguma, é que um mercadólogo explica e um marqueteiro faz.
Sou funcionário público concursado e exerço a mesma função há 14 anos. Não vejo futuro em continuar onde estou. Tenho pensado em abrir um negócio próprio. O que eu preciso saber antes de tomar essa decisão? – C. Araújo
Muito provavelmente, Araújo, você aprecia a segurança e a estabilidade. Caso contrário, não teria optado pelo serviço público. E também não é de correr grandes riscos. Caso contrário, não passaria 14 anos na mesma função. Ao pensar em um negócio próprio, você deve levar essas duas características em consideração e optar por algo relativamente seguro e sem solavancos – um escritório contábil, por exemplo. Não o aconselho a partir para um tipo de negócio que exija decisões rápidas, baseadas mais no sentimento que nos dados, porque, nesse caso, suas chances de sucesso seriam remotas.
Max Gehringer, na revista Época.
14.1.08
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