Domingo, 13 de janeiro. Abro meu notebook e de cara vejo a manchete: Justiça quer ouvir Kaká sobre a Igreja Renascer. Tratava-se de uma reportagem da revista Carta Capital. As letras garrafais já diziam tudo. O promotor Marcelo “Mandrake” Mendroni estava de volta (da Itália ou do cruzeiro?).
Agora a bola da vez era o pupilo do Milan e da Seleção Brasileira, também apelidado de garoto propaganda da igreja Renascer, pela mídia. O craque, que não é exemplo dentro do esporte, (modelo mesmo é o Adriano, o Ronaldo Fanfarrão, o Gaúcho...) estava a partir de agora agastado por meia dúzia de perguntas frívolas feitas pelo midiático promotor. Rapidamente, fiz questão de respondê-las, do meu modo, é claro....
Qual é seu grau de amizade e que relação tem com as pessoas acusadas?
Apesar de estar fora do Brasil, sou cidadão brasileiro, cumpro a lei e tenho os meus direitos. Direito de fazer doações à minha igreja e a minha comunidade, acho que no Brasil isso se chama liberdade religiosa, não é? Qual é a outra pergunta mesmo excelência? Ah, sim... A minha relação com eles é a de filho para pai, a de autoridade espiritual. Acho que vossa excelência não entende esse assunto não é?
Os acusados costumam freqüentar sua casa na Itália e no Brasil?
Kaká - Não temos tempo. Eu treino muito, jogo três vezes por semana, sou recém casado e cuido dos meus negócios. Sabe como é? Vida de melhor do mundo é desgastante. Eles também têm os seus compromissos.
O senhor costuma freqüentar a casa deles, no Brasil e nos Estados Unidos?
Kaká - Acho que já respondi a pergunta excelência.
E ainda: a partir de 31 de julho de 2006, quando teve início a acusação por crime de lavagem de dinheiro, quantas vezes os acusados freqüentaram sua casa?
Kaká - Acho que vossa excelência não entendeu a minha resposta. Treino muito, jogo três vezes por semana, sou recém casado e cuido dos meus negócios. Sabe como é? Vida de melhor do mundo é desgastante.
O senhor tem conhecimento do fato que Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes tiveram prisão decretada?
Kaká - Eu e a torcida do Milan (sic). Não sei o motivo, mas um seleto grupo da mídia divulgou isso maciçamente.
Durante o período de vigência do decreto de prisão, as duas pessoas citadas ficaram hospedadas em sua casa, na Itália ou no Brasil?
Kaká - Seria mais fácil o senhor perguntar isso à Polícia Federal, à polícia alfandegária...
Kaká logo após a audiência – Gente... Por hoje chega de autógrafos... Preciso treinar.
Antes de fazer estas esplêndidas perguntas ao jogador (e acredito que proveitosas ao processo) Marcelo Mendroni tem a obrigação de dizer o que ele fez com os R$ 130 mil utilizados para o tal curso referente à sua profissão, onde não freqüentou um único dia de curso durante os seis meses na velha Bolonha.Explicação por explicação? Primeiro quero saber o que estão fazendo com o dinheiro dos meus suados impostos.
Reginaldo Maia, no Jornal Poder.
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Dois lances ligeiros:
1- Cada um doa seu dinheiro p/ a instituição que quiser, mesmo que a entidade (sem trocadilho) esteja sob investigação por inúmeras maracutaias.
2- Desqualificar moralmente o oponente em vez de restringir-se ao debate em questão é cacoete evangélico vezeiro. Sinaliza a típica arrogância e despreparo de quem julga-se dono da verdade. Com vê bem minúsculo, por supuesto.
Ingenuamente ou não, continuo acreditando que o ambiente mais livre e descontraído na blogosfera vai contribuir p/ o amadurecimento do rebanho nesse quesito.
15.1.08
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