Eles são de classe média alta, formação escolar elevada, independentes e não acreditam em Deus. Uma pesquisa inédita revelou que 67,3% dos homossexuais residentes no Distrito Federal negam a existência de alguma Entidade divina.
A conclusão é de um estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisas do Estruturação - Grupo LGBT de Brasília, em parceria com alunos de Relações Públicas do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb). O levantamento mostrou que os gays, lésbicas, travestis, bissexuais e transexuais querem distância dos templos religiosos.
No total, 356 homossexuais foram ouvidos em bares, boates e festas voltados para o público específico entre os dias 22 de junho e 19 de setembro de 2007. A enquete apontou que, 44,9% dos entrevistados se consideram ateu; 17,1% agnóstico; e 5,3% dizem não seguir nenhum tipo de religião. Do outro lado da moeda, os que seguem os princípios cristãos somam 22,7%.
Outro ponto abordado na pesquisa chamou atenção. Ao serem indagados sobre o que pensavam sobre a atuação das igrejas, 44% dos LGBTs responderam que elas não passam de comércio. "O resultado dessa pesquisa mostra que os homossexuais se sentem excluídos da sociedade, e as respostas soam como uma vingança. Muitos pensam assim: se ela não me aceita (a igreja) porque eu tenho de aceitá-la", afirmou o coordenador da pesquisa, José Jance Granjeiro.
Instrução
O alto nível de formação escolar e a renda per capita também são apontados na enquete como um dos fatores que contribui para a opinião descrente em relação às entidades divinas. Do total de entrevistados, 98, ou seja, 27,5% têm formação superior e, 54, que representam 15,2% dos homossexuais ouvidos, possuem mestrado. Dos 356, 51,1% ganham entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.
"Oitenta e cinco por cento dos homossexuais residentes no Plano Piloto ganham acima de seis salários mínimos e não acreditam em nenhuma forma de divindade. Constamos [sic] que quanto maior o grau de instrução, maior é a rejeição às religiões", observou Granjeiro.
Um exemplo é o do jornalista Welton Trindade, 28 anos. Ele seguiu todos os passos da formação católica. Fez primeira comunhão, crisma, foi coroinha e participava de grupos jovens na igreja. Há dez anos, quando ingressou na faculdade, descobriu que era gay. "Comecei a estudar e vi que muitas coisas que o padre falava não faziam sentido", disse.
O jornalista faz parte do público gay que acredita que os templos funcionam apenas como negócio, e que, a maioria dos líderes de igrejas, como pastores e padres, não estão aptos a presidirem cultos e missas. "Eles pregam o ódio aos homossexuais e muitos se valem do baixo nível de instrução dos fiéis para exercerem uma influência irresponsável", disparou.
fonte: Jornal de Brasília [via Clipping evangélico]
20.1.08
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