15.2.08

O império de (P)Edir Macedo (20)

Cinco ações contra o jornal Extra (RJ), 50 contra a Folha de S. Paulo e 35 contra A Tarde (BA). São quase cem ações movidas por fiéis, pastores e pela própria Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). O que chama a atenção dos veículos e de jornalistas que também estão sendo processados é o fato de as ações terem sido movidas nos mesmos dias ou dias próximos, os textos serem iguais ou muito parecidos e só mudar a assinatura de advogados e a comarca, o que dificulta o trabalho dos advogados de defesa.

O jornal do Rio e da Bahia e um jornalista de cada veículo enfrentam a ira de pastores, indignados com matérias sobre o fiel Marcos Vinícius Catarino, que danificou uma imagem de São Benedito numa Igreja Católica em Salvador. Segundo os jornais, o fiel explicou que saía de um culto quando viu a imagem na entrada da igreja. A orientação do seu pastor, segundo ele teria dito aos jornais, é que todos os tipos de imagens deveriam ser banidas. Ele também teria afirmado que viu a imagem do demônio no lugar da de São Benedito.

No caso do Extra, cinco pastores da Iurd de diferentes cidades do Rio entraram com ações contra o diário e o diretor de redação, Bruno Thys. Eles pedem indenizações por danos morais por se sentirem ofendidos, abatidos, constrangidos e revoltados pela publicação da notícia, no dia 04/12 passado. As ações foram distribuídas no mesmo mês (quatro delas no dia 09/01 e uma delas no dia 11/01) e em comarcas de Barra Mansa, Campos, Miracema, Bom Jesus de Itabapoana e Santo Antônio de Pádua.

“Cumprimos com o nosso dever de informar e confiamos na Justiça. De fato, causa estranheza a semelhança nos textos das ações e a coincidência das datas", disse Thys ao Comunique-se.

A assessora jurídica do A Tarde, Ana Paula Moraes, contou que a justiça já deu duas sentenças a favor do diário. O veículo e o autor da matéria que chamou a atenção dos pastores, Valmar Hupsel Filho, enfrentam 35 ações juntos.

"Na defesa, argumentamos que os pastores não podem pleitear dinheiro alheio. Se alguém tem que pedir indenização é a Iurd, que também entrou contra a empresa, na 18ª Vara Cível da Comarca de Salvador. Todas as ações são iguais, só muda o nome do advogado que as assina e a comarca onde deram entrada, todas no interior dos mais diversos estados do País", observa a advogada.

Com a Folha de S. Paulo e a repórter Elvira Lobato não é diferente. Elas respondem a 50 ações das mais diversas localizadas do Brasil, a maioria delas de cidades do Nordeste. Em matéria publicada nesta sexta-feira (15/02), o jornal também observa que os pedidos de indenização e muitos parágrafos dos processos são idênticos.

Elvira escreveu a reportagem "Universal chega aos 30 anos com império empresarial" (somente para assinantes), de 15/09/07, que fala das empresas supostamente não religiosas de propriedade dos bispos da Igreja - empresa de seguro saúde, agência de turismo e táxi aéreo. O ponto polêmico, contudo, está na seguinte afirmação: “Uma hipótese é que os dízimos dos fiéis sejam esquentados em paraísos fiscais”, a respeito de uma das empresas, a financiadora Unimetro.

Os fiéis, segundo as petições, passaram a ser motivo de chacota nas comunidades em que vivem e consideraram-se atingidos pelo fato de que seu dinheiro seria destinado ao crime.

“Se algumas pessoas entenderam que os religiosos da Universal são alvos da reportagem, é uma interpretação subjetiva. A Folha não cita, nominalmente, nenhum dos fiéis. Apenas afirma que bispos da Igreja possuem empresas particulares”, disse a advogada da Folha, Tais Gasparian, ao C-se, em entrevista no dia 28/01.

Questionado se a Iurd havia tomado alguma decisão para agir contra a imprensa, Jeronimo Alves Ferreira, da área de Relações Internacionais da Igreja, respondeu que esta "jamais prestaria tal desserviço à sociedade, primeiro por respeito à legislação brasileira e aos seus 08 milhões de membros brasileiros e segundo, por sempre militar pelo direito da imprensa de cumprir o seu papel. Por sua vez, a Iurd fez uso dos seus direitos ao propor ações cível e criminal contra a Folha de S. Paulo e sua jornalista Elvira Lobato. Com que diz respeito às ações individuais de seus membros, a Igreja Universal do Reino de Deus reserva-se no direito de falar apenas por si própria".

fonte: Comunique-se

A estratégia parece engendrada no quinto ou sexto dos infernos. Para cada alma ganha, ao menos umas dez passam a rejeitar o evangelho por conta do péssimo exemplo. Como a sacolinha continua passando, tudo bem...

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sei se algum dia a IURD pretendeu ser realmente uma igreja cristã. Mas desde os primeiros vídeos em que o (P)edir Macedo ensinava didaticamente o "dá ou desce", começava ali a estratégia mais gananciosa, vil e desprezível para se arrancar dinheiro dos fiéis. Sua ambição é desmedida, e que ninguém se surpreenda nos seus próximos lances políticos.
Há um cheiro luciferiano no ar.

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