11.3.08

Forma & conteúdo

Poucos metros separam dois points da juventude carioca: a Praia do Pepê e o templo da igreja Bola de Neve Church, ambos na Barra da Tijuca. Na praia, os surfistas usam as pranchas para pegar onda e, nos cultos, elas estão no altar. É isso mesmo.

Criada há quase uma década por um surfista de São Paulo, Rinaldo de Seixas Pereira, a igreja nasceu com o objetivo de aproximar os jovens da religião. Hoje, os cultos mostram que a meta foi alcançada. Qualquer um dos 75 templos espalhados pelo País fica lotado de meninas e meninos bronzeados, bonitos, malhados, tatuados. De quebra, ela também está conquistando famosos como os atores Guilherme Berenguer, Fernanda Vasconcellos, Thiara Palmieri, Alexandre Frota e o cantor e ex-Raimundos Rodolfo.

O que atrai tanta gente? Há, certamente, mais de um motivo. O púlpito em forma de prancha, a pregação embalada pelo reggae, a Bíblia com imagens de esportes radicais na capa, além de pista de skate. O culto parece uma festa. Mas os preceitos bíblicos, entre os quais virgindade até o casamento, são o centro das atenções. Segundo Eduardo Refkalefsky, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em comunicação religiosa, o sucesso está justamente no equilíbrio entre forma e conteúdo: “A Bíblia é apresentada com uma linguagem jovem. A informalidade é atraente e gera identificação”, afirma.

Tudo é diferente, a começar pelo nome. Bola de Neve quer dizer algo que não pára de crescer. “Acreditávamos que a igreja começaria pequena e ficaria grande, como uma avalanche”, explica Rinaldo, o pastor Rina, 36 anos, ex-usuário de drogas que se tornou evangélico após contrair uma hepatite, em 1992. “O nome é diferente porque a igreja é diferente”, resume.

O ator Guilherme Berenguer concorda. Ele encontrou na Bola de Neve um ambiente estimulante: “O que fascina é a possibilidade de receber orientação espiritual de uma forma completamente descontraída e livre. Não tem o peso que eu sentia na escola dominical quando criança. Eu não absorvia tanto os ensinamentos da forma como eram passados. Não tinha essa identificação.” Sempre que pode, o ator vai aos cultos, que são realizados duas vezes por semana, aos domingos e às quartas-feiras.

Cânticos em ritmo de reggae e rock dão início à reunião. Os nossos jovens dançam, acompanhando os passos de duas dançarinas que agitam lenços coloridos. De calça jeans, tênis e camisa florida, o pastor Gilson Mastrorosa, 33 anos, sobe ao altar meia hora depois. “A igreja tá bombando”, diz ao microfone, arrancando palmas dos fiéis, que ainda procuram um lugar para sentar ou mesmo ficar em pé. Ele pára e observa a movimentação.

De repente, se joga no chão, simulando um cochilo. As gargalhadas são inevitáveis. “Pára de palhaçada. Vamos prestar atenção”, pede, ainda rindo, ao se levantar. Mas as brincadeiras continuam, mesmo durante o casamento de dois vendedores que superaram uma crise conjugal – claro, graças à Bola de Neve. “Deixa ver se essa aliança não é dá China”, brinca, antes de celebrar a união de Fernanda de Lucena e Roberto de Azevedo, ambos de 33 anos.

“A gente não faz tipo de pastor. No altar somos nós mesmos”, afirma, convencido de que isso é uma vantagem. Cunhado de Rina, foi ele quem instalou a igreja no Rio, há cerca de três anos. Nos primeiros seis meses, as reuniões realizadas em uma sala de um edifício comercial, na Barra, tinham apenas uma dúzia de freqüentadores. Hoje, o salão para 600 pessoas está pequeno e, por isso, será ampliado em breve. Sem contar que a zona sul deve ganhar um templo ainda este ano.

O pastor, porém, pára com as gracinhas ao pedir a colaboração dos fiéis. É hora do dízimo. Embora mantenha o tom informal, recheado de gírias, o discurso também é mais sério quando começam os estudos bíblicos.

Segundo o professor Refkalefsky, da UFRJ, a Bola de Neve tira proveito das novas tecnologias, muito utilizadas pelos jovens. “Além do site, que mais parece o de uma grife de surfwear, eles são muito populares em páginas como o Orkut. Esse boca a boca virtual a ajuda a crescer”, argumenta.

A informalidade, contudo, não se confunde com flexibilidade. Quem é da igreja segue a Bíblia. Ninguém está proibido de ir a festas, mas os jovens fiéis acabam evitando as noitadas, normalmente regadas a bebidas. É o caso da estudante Milla Knesse, 17 anos, que se converteu aos 14 e já começa a fazer pregações para adolescentes. “Não vou mais a alguns lugares aonde ia porque meus objetivos mudaram, mas continuo saindo muito”, diz Milla, que pega onda, faz kitesurf e usa as mesmas roupas das meninas de sua idade. Mas não namorou mais desde que se converteu. “Entrei na igreja namorando um menino que não freqüentava. Eu achava que não íamos terminar, mas não deu certo”, lembra. Terá mais chances com a bela garota um parceiro que também goste de Jesus.

fonte: IstoÉ

6 comentários:

Anônimo disse...

Em outubro do ano passado fiquei 15 dias no RJ a serviço, fiquei em um hotel na Praia do Pepê, do lado da Bola de Neve. Cheguei a ir lá de curioso, me apresentaram a igreja. A noite que eu fui tava tendo "treinamento de boxe", para o pessoal que curtia o esporte. A uns 200 metros de lá, fica também outra igreja conhecida, apenas no RJ, a Comunidade da Zona Sul, essa eu cheguei a assistir um culto, mas a visão de frente para a praia da igreja é uma tentação, ou inspiração dependendo do dia na Barra da Tijuca eheheh

Cleoci Pinheiro disse...

Assim como o "mala" ai do outro post o Alex Fajardo (meu primo), eu tbm fui nessa bola de neve da Barra da Tijuca la na praia do Pepê, mas a primeira vez que fui num templo da igreja Bola de Neve Church foi aqui em São Paulo la na Turiassu, e confesso que fui completamente vistido de pré-conceitos achando que seria só mais uma distração de fim de semana pois nunca achei que aquilo poderia ser uma igreja séria, quebrei a cara, gente tatoada por todo lado mas tinha palavra da boa vindo direto do alto...

Anônimo disse...

Queridos amigos

A Bola de Neve está fazendo um trabalho belíssimo entre os jovens. Para aqueles que julgam os operares de Deus, cuidado: ELES ESTÃO PREGANDO O EVANGELHO ---ELES ESTÃO FAZENDO ALGUMA COISA PELO REINO DO SENHOR.
AOS FOFOQUEIROS DE PLANTÃO: ARREGAÇAIS AS MANGAS , E IDE TRABALHAR PARA JESUS.

luciana disse...

Tb já fui na "Bola de Neve" em Peruibe mesmo, gostei muito, fiquei impressionada com a Palavra genuina que pregam. Para mim é o que realmente importa.

Anônimo disse...

vcs ja perceberam q os comentarios aqui e acolá ficam sempre nos extremos, amor ou odio? como se nao houvesse equilibrio? se vc critica tal igreja, é pq odeia td, ou ama td. os extremos sao cansativos, pq nao evoluem muito, ficam na linha fixa e tal. acho q falta um espirito mais democratico, do tipo, vamos aceitar a oposicao. afinal, ou ela se confirma como verdade, ou cai com o passar do tempo e se confirma como mentira. como vemos hj em muitos ministerios.
como jah ouvi por aqui, o debate fica em cima de coisas nao importantes e o q importa mesmo é deixado de lado. em vez da discussao ficar em cima da ideia, fica em cima do tipo "olha aqui, nao ouse falar tal e tal... pq tal tal"... só um desabafo...

Unknown disse...

Gloria a Deus pela Igreja Bola de Neve Church onde eu conheci a Jesus Cristo de verdade não só de ouvir falar e mas sim de com ele andar e agora sou um soldado do Reino de Deus, e mais vois digo convertei-vos raça de víboras. A igreja avança o inferno retrocede em nome de Jesus.

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