Tenho 26 anos, sou psicólogo, com mestrado completo e estou fazendo doutorado, além de ter vários outros cursos de especialização na área. Minha família acha que não preciso de tantos títulos, e que estou fugindo do mercado de trabalho. Não concordo, mas não sei mais que argumentos usar. – G.
Se você nunca trabalhou, essa bela coleção de títulos realmente não vai lhe garantir um primeiro emprego de altíssimo nível. Caso seja contratado por uma empresa, você começará mais ou menos por onde começaria se tivesse apenas concluído a graduação, devido a sua falta de experiência prática. Por outro lado, se você pretende ter um consultório particular, ou se vê a possibilidade de seguir uma carreira acadêmica, os títulos pesarão bem mais. Portanto, seus argumentos devem partir da seguinte pergunta: o que você de fato quer de sua vida profissional?
Recebi uma proposta para mudar de emprego, mas a maior parte de meu salário seria variável, dependendo do cumprimento de metas. Aparentemente, vou ganhar mais, mas estou em dúvida se vale a pena correr o risco. – Paula
Caso você mude, Paula, terá de reestruturar suas finanças domésticas. Hoje, você sabe quanto ganha e quanto gasta. Ao partir para um sistema de remuneração variável, você só saberá quanto ganhou quando o mês acabar. Portanto, já não seria ajuizado de sua parte comprar bens em prestações, por exemplo. Seu orçamento deverá ter como base apenas a parte fixa da remuneração. O segundo conselho que eu lhe daria é só mudar se a empresa for sólida e estiver atuando no mercado há, pelo menos, cinco anos.
Há oito meses fui transferido para outro Estado, mas meu salário não foi alterado, porque a empresa alega que a mudança é provisória, e não definitiva. – Marcos César
É o contrário, Marcos César. Quando a transferência é provisória, você tem direito a um pagamento suplementar, não inferior a 25% de seu salário, enquanto perdurar a situação. É o que dispõe a CLT em seu Artigo 469, Parágrafo 3o. Você não teria direito a esse adicional se a transferência fosse em caráter definitivo. Nesse caso, a empresa teria de reembolsar somente suas despesas de mudança e instalação.
Sou bonita e inteligente, e tenho opiniões firmes. Minha gerente me disse que sou provocante, e não sei se isso foi um elogio ou uma crítica. – CLB.
Depende. Se sua gerente estava se referindo apenas a sua beleza, foi um aviso. Se ela estava se referindo a sua inteligência, foi um incentivo. No primeiro caso, você gera distração no ambiente de trabalho. No segundo, cria situações estimulantes com suas opiniões. Nas empresas, há muitas mulheres bonitas e muitas mulheres inteligentes. As que reúnem as duas condições são mais raras, e normalmente disparam rapidamente na carreira. Se você não disparar, isso pode significar que sua auto-avaliação precisa ser revista.
No mercado de trabalho, o que vale mais? Um histórico de 25 anos ou o último emprego? – Fabio
O último emprego vale mais, infelizmente. Se, por exemplo, você já foi gerente, e hoje é assistente, é pouco provável que surjam boas oportunidades em nível gerencial. Do ponto de vista do mercado (por vezes, obtuso), o que você está ganhando é o que você vale.
Max Gehringer, na revista Época.
17.3.08
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