16.3.08

Mirem-se no exemplo (2)

Faleceu sexta-feira, em sua residência de Rocca di Papa, perto de Roma, aos 88 anos, Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, cujo nome oficial é Obra de Maria. É considerada uma das figuras femininas mais importantes do cristianismo das últimas décadas.

Nascida em 22 de janeiro de 1920, ao início da década de 40 o Movimento surgiu quando era professora do Ensino Fundamental, com um pouco mais de vinte anos, em Trento (Itália). Havia se matriculado na Faculdade de Filosofia da Universidade de Veneza, pois queria chegar à verdade mais profunda das coisas e da vida. Mas havia começado a Segunda Guerra Mundial.

Em meio às bombas, descobriu que o único ideal que não se derruba é Deus. Foi crescendo em seu interior o desejo de ser toda de Deus e em 7 de dezembro de 1943, em solidão e em uma capela de sua cidade, ela se consagrou a Ele por toda a vida. Esta data marca oficialmente o início do Movimento dos Focolares.

Sua casa foi destruída em 13 de maio de 1944, durante um dos mais violentos bombardeios que Trento sofreu. Sua família busca amparo nas montanhas próximas. Chiara decide ficar na cidade.
Abraçando entre os escombros uma mãe enlouquecida pela morte de seus quatro filhos, sente que deve abraçar a dor da humanidade, e assim, entre os pobres de sua cidade, junto com outros companheiros que a seguem em sua decisão, ela procura viver o Evangelho ao pé da letra, como Palavra vivida.

Ao fazê-lo, experimenta que descobriu a mais poderosa revolução social, capaz de incendiar tudo com um só fogo: o amor.

Em 1948, Chiara se encontra no Parlamento italiano pela primeira vez com Igino Giordani, um prestigioso político, deputado, escritor, jornalista e pai de 4 filhos. Foi ele mesmo quem ajudou Chiara a encarnar na sociedade a espiritualidade da «unidade», razão pela qual ele é considerado co-fundador do Movimento. Pioneiro do ecumenismo, a Igreja Católica iniciou recentemente sua causa de beatificação.

Em ano 1949 se encontra com Pasquale Foresi, um jovem seminarista desejoso de conjugar evangelho e vida na Igreja. Ordenado presbítero em 1954, Foresi é o primeiro focolar sacerdote.

Em 1956, faz surgir os «Voluntários», novo ramo de seu movimento, constituído por pessoas adultas comprometidas nos mais diversos campos sociais: política, economia, justiça, saúde, docência, indústria, etc. Eles procuram ser animadores em suas atividades e vivê-las em união com cada pessoa desde Deus.

Em 1966, propõe aos jovens a radicalidade do Evangelho e assim surge o «Movimento Gen» (Geração Nova).

Em 1977, recebe em Londres o prêmio «Templeton» pelo Progresso da Religião, com o qual a atividade de Chiara começa lentamente a cobrar notoriedade pública, apesar da modalidade do movimento de «amar a fundo e falar pouco» para «ser» mais que aparecer. Desde então até o presente, ela esteve recebendo cada vez com mais freqüência diversas distinções em diferentes países de cada continente.

Em 1991, no Brasil, ela se sente impressionada pelo contraste social e pela miséria das favelas, e põe em andamento a Economia de Comunhão, naquela época um projeto e hoje uma realidade em crescente desenvolvimento desta nova teoria e práxis econômica. Sobre ela estão sendo publicados teses e trabalhos de pesquisa nas universidades do mundo inteiro, e existem centenas de empresas aplicando-a em todas as latitudes.

No ano de 1996, em Paris, a UNESCO lhe confere o Prêmio pela Educação para a Paz 1996.
Entre 1997 e 1998, ela abre novas perspectivas de diálogo inter-religioso: é convidada a falar de sua experiência interior na Tailândia a 800 monges e monjas budistas; em Nova York, a 3.000 muçulmanos negros na mesquita de Harlem, e na Argentina à comunidade hebraica de Buenos Aires. É assim a primeira vez na história que isso acontece em tais religiões e que uma mulher católica o faz.

Em setembro de 1998, em Estrasburgo, ela recebe do Conselho Europeu o Prêmio Direitos Humanos 1998.

O Movimento dos Focolares hoje se encontra difundido em 182 países, com mais de dois milhões de adeptos e uma irradiação entre milhões de pessoas.

fonte: ZENIT [via Notas de Mauricio C. Serafim ]

Um comentário:

Anônimo disse...

Em Mariápolis, São Paulo, há um centro lindíssimo do Focolares. Fiquei muito impressionado com um projeto que casais adotam crianças especiais de risco, voluntariamente. Só um casal, adotou cinco com Síndrome de Down.

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