O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), 45, disse hoje que não cometeu ilegalidade ou imoralidade ao levar a sogra na viagem que fez à Europa, no período do Carnaval, em um jatinho alugado pelo governo.
"Essa questão não é ilegal, não é imoral, não há norma que discipline isso", afirmou Cid, em entrevista na Assembléia Legislativa do Ceará.
Mesmo sem admitir ter cometido algo de errado, o governador pediu desculpas "ao povo cearense" pelo constrangimento causado pela repercussão negativa da viagem à Europa.
Para ele, o problema maior foi o tom de "deboche" que o assunto ganhou. "A sogra é inspiração para muitas piadas. Então, ficou uma coisa de deboche e, naturalmente, eu não me sinto bem, fico constrangido de ver meu governo, que eu tenho a honra e o privilégio de liderar, ser motivo de deboche", disse.
A ida à Assembléia na manhã de hoje foi o primeiro compromisso público do governador em Fortaleza desde a divulgação da lista de passageiros que o acompanhou a cinco países da Europa, entre 30 de janeiro e 9 de fevereiro. Até a noite do último sábado, Cid Gomes estava em viagem à Ásia.
Para a Europa, Cid voou de jatinho, o que custou ao Estado R$ 388.596. Além dele e da sogra, Pauline Carol Habib Moura, 50, também o acompanharam a primeira-dama, Maria Célia, um secretário do Estado, um assessor e suas mulheres.
Segundo Cid, a sogra só foi porque a primeira-dama pediu. "A minha mulher tem 27 anos, tem uma ligação muito estreita com a mãe e, quando eu vou para um evento desses, vou para trabalhar e fico a grande parte do tempo fora. Então ela pediu para ser acompanhada pela mãe", disse o governador.
Para Cid, a presença da sogra e das outras duas mulheres não encareceu a viagem, pois as despesas locais foram pagas por cada uma delas. "O vôo é cobrado por quilômetro, e não pelo número de passageiros."
Cid afirmou que o caso recebeu uma "atenção desproporcional", já que a prática de usar veículos públicos para dar caronas é comum. "Por diversas vezes eu presenciei pessoas estranhas ao governo andarem em equipamentos oficiais, no Ceará e fora do Ceará", afirmou.
"Caso a senhora usasse um carro da Folha para trabalhar e, na hipótese de seu sogro estar na sua casa, pela manhã ele pedir para você levá-lo a algum lugar, você negaria a carona?", questionou Cid à repórter.
Essa não foi a primeira viagem polêmica de Cid Gomes. Pouco mais de dois meses depois de assumir o mandato, em 2007, ele viajou aos EUA para reuniões com diretores do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e, no percurso, parou na ilha de Saint Martin, no Caribe, de jatinho.
Hoje, Cid afirmou que pagou do próprio bolso a ida a Saint Martin e que, por ser uma viagem privada, não tem a obrigação de revelar quem foram seus acompanhantes. Essa viagem não foi publicada no "Diário Oficial" do Estado.
Na semana passada, depois de vir à tona a polêmica sobre a viagem de Cid com a sogra, o irmão dele, deputado Ciro Gomes (PSB), afirmou, em sabatina na Folha, que o governador devia explicações sobre o caso. Apesar disso, Cid disse que decidiu falar por conta própria.
"Eu quero ser julgado, ao final do meu governo, pelo conjunto da minha obra", disse. "Eu não acho que seja justo me crucificarem, me condenarem, me imputar uma imagem de que sou gastador, de que eu gosto de mordomia, porque não é esse o meu estilo."
fonte: Folha Online
Para a esposa não ficar sozinha levou a mãe dela e gastou 400 paus. Continue obrando assim, governador.
Será que consigo imaginar o nome de um eventual terceiro irmão na família? Cid, Ciro... e Cifo. O cara do cartório trocou o "s" pelo "c"... =]
29.4.08
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