Manoel de Barros, o poeta verde
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos
O verbo tem que pegar delírio.
2 comentários:
Ainda bem porque está tudo errado mesmo.
Se está mesmo tudo errado, então o comentário anterior, que o disse, igualmente o está, uma vez que compõe, com tudo o mais, o tudo - que está errado.
Logo, está errado dizer que tudo está errado, porque dizer que tudo está errado, por sua vez, também está errado. De modo que não é certo que tudo esteja errado.
O problema é saber o que está certo, o que está errado.
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