"Quanto mais trânsito, melhor para nós", disse Reinaldo Francisco de Pontes, 42 anos, que vende alho em um cruzamento. "Sem trânsito tiro uns R$ 100, com trânsito chega a R$ 200", faz coro o vendedor de óculos de sol Brás Correia de Lemes, de 41 anos, 26 deles no farol.
Não há estatística na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no IBGE e nem na prefeitura sobre esses comerciantes informais das ruas da cidade. Mas, diariamente, e especialmente nos horários de pico de trânsito, um verdadeiro exército de vendedores vai a campo com seu arsenal de apetrechos e bugigangas, úteis ou não aos motoristas. Se imaginarmos que há 5.700 cruzamentos com semáforo em São Paulo, de acordo com a CET, já dá para se ter uma idéia.
Encontra-se de tudo "à venda" nas ruas e avenidas de São Paulo: balas, chicletes, flores, água mineral, refrigerante, carregador de celular, frutas, bonecos infláveis, bandeiras e camisas de times de futebol, sombrinhas e guarda-chuvas, e até mapas do Brasil.
Sem falar nas exibições de malabarismo comuns em alguns cruzamentos, e nos limpadores de vidro, que volta e meia irritam motoristas ao jogar água com sabão no pára-brisas antes de perguntar se o dono do carro aceita o serviço.
Longe de ser um contingente de sem-teto ou necessitados, todos os vendedores com quem o UOL conversou disseram ter escolhido essa "profissão". A maioria trabalha de segunda a sexta, em horários mais ou menos fixos. Os "ganhos" podem chegar a R$ 1.200. Vale lembrar, livre de impostos.
fonte: Folha Online
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