7.4.08

Max responde (13)

Minha empresa me propôs passar dois anos em uma filial no exterior. Só não gostei do lugar, um país bem Terceiro Mundo. Sinto que o Brasil está decolando e que haverá muitas oportunidades por aqui mesmo. Vale a pena sair? – Viviana

Vale. Uma experiência internacional sempre é um belo diferencial. Porém, só saia com um contrato assinado e com uma cláusula que especifique a data de seu retorno. Muitos executivos são transferidos e depois ficam numa espécie de limbo, porque a empresa não dispõe de vagas para acomodá-los na volta. Tome também o cuidado de manter sua rede de contatos profissionais ativa durante o tempo em que você estiver fora. Saia, mas não se desligue.

Aos 51 anos, quais são minhas chances no mercado de trabalho? – Claudionor

Menores que as de alguém com 31 anos, mas maiores que as de alguém com 71. Para as empresas, o fator idade de fato influi, mas a atualização também pesa muito. O importante é não atribuir à discriminação por idade a insuficiência de outros fatores igualmente relevantes. Um profissional veterano capaz de acompanhar o ritmo tecnológico do mercado de trabalho, que tenha os cursos e idiomas que são pré-requisitos para contratações e um histórico de boas realizações anteriores ainda terá muitos anos de carreira pela frente. Não que isso sirva como consolo, mas, atualmente, o maior índice de desemprego, proporcionalmente ao número de interessados, está na faixa dos 18 aos 25 anos.

Trabalho numa empresa familiar. O pai não aceita sugestões dos filhos e os filhos criticam as decisões do pai. Os funcionários mais antigos só conversam entre si e os mais novos parecem estar aqui por enquanto, até surgir uma oportunidade para sair. Como manter um mínimo de dignidade profissional num ambiente desses? – Z.V.

Não tomando partido, Zevê. Em empresas assim, não há normas e não existe uma cultura. É por isso que cada um se sente no direito de falar o que bem entende. Tecnicamente, é uma empresa personalista, que depende da vontade e do humor de um só. Não há futuro num lugar desses, a não ser para os filhos do dono ou para os que se acomodam à situação.

Temos um bônus pelo cumprimento de metas. Mas a soma dos objetivos individuais é muito maior que a meta anual da empresa. Isso está certo? – Roberto

Empresas exageram um pouco nos objetivos individuais porque elas sabem que alguns não os atingirão, e por isso dependem que outros os ultrapassem, para poder compensar. A diferença entre estratégia e esperteza está no tamanho dessa diferença. No caso de sua empresa, tudo mostra que o critério foi o da esperteza. A empresa atingirá o resultado que ela fixou como objetivo, enquanto a maioria dos funcionários não ganhará bônus, porque ficará abaixo das metas individuais. E isso destrói qualquer motivação.

Quais as profissões do futuro? – Wallace

Se você se refere às profissões que gerarão mais vagas nos próximos dez anos, são as mesmas que geraram mais vagas nos últimos dez: engenharia, administração e informática. Haverá, também, muitas vagas de nível técnico. Um mecânico que saiba falar inglês conseguirá emprego mais facilmente que um advogado iniciante.

Max Gehringer, na revista Época.

Nenhum comentário:

Blog Widget by LinkWithin