A saga de Moisés, o profeta que teria arrancado seu povo da escravidão no Egito e fundado a nação de Israel, tem bases muito tênues na realidade, segundo as pesquisas arqueológicas mais recentes. É praticamente certo que, em sua maioria, os israelitas tenham se originado dentro da própria Palestina, e não fugido do Egito. O próprio Moisés tem chances de ser um personagem fictício, ou tão alterado pelas lendas que se acumularam ao redor de seu nome que hoje é quase impossível saber qual foi seu papel histórico original.
É verdade que as opiniões dos pesquisadores divergem sobre os detalhes específicos do Êxodo (o livro bíblico que relata a libertação dos israelitas do Egito) que podem ter tido uma origem em acontecimentos reais. Para quase todos, no entanto, a narrativa bíblica, mesmo quando reflete fatos históricos, exagera um bocado, apresentando um cenário grandioso para ressaltar seus objetivos teológicos e políticos.
Airton José da Silva, professor de Antigo Testamento do Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP), resume a situação: "O Moisés da Bíblia é claramente 'construído'. Pode até ter existido um Moisés lá no passado que inspirou o dos textos, mas nada sabemos dele com segurança. Nas minhas aulas de história de Israel, começo com geografia e passo para as origens de Israel em Canaã [antigo nome da Palestina], não trato mais de patriarcas e nem do Êxodo".
trecho de matéria publicada no G1. Clique aqui p/ ler o texto na íntegra.
Como sempre acontece qdo publicam lances do gênero, mais de 400 internautas já comentaram a matéria.
21.4.08
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3 comentários:
O que mais causa espanto não é a notícia em si (aliás, coisa velha), mas as pessoas apoiarem sua fé (ou não-fé) nesse tipo de coisa...
Moisés, o maior corretor de imóveis que o mundo já conheceu:
Conseguiu fazer uma multidão andar 40 anos num deserto só para ver um pedaço de terra! hihihi
A história que nos orienta como povo de Deus, conquanto seja legitimamente história e nos dê a sensação de que em função dela o mundo tenha outro centro, não é o ponto pelo qual os historiadores seculares fazem qualquer interpretação da História. A História Secular não é a história da fé, da esperança e da perseverança. Ao contrário, é a história do poder econômico, político e militar. Não é a história dos fracos e oprimidos. É a história dos poderosos e dominadores. Os fracos e oprimidos só têm história, nos registros do povo de Deus e de sua caminhada de fé. A história do povo de Deus foi, é, e sempre será a história dos sem-história, que fazem história sustentados por agentes às vezes estranhos à história, mas agentes de Deus, o que possibilita a ação de Deus na nossa fraqueza, para que ele seja abundantemente glorificado pela provisão que fornece aos fracos. Deus sempre usa os fracos para confundir os fortes. E Deus escolheu para fazer a sua obra no Velho Testamento, não um povo que sabia construir pirâmides, mas um povo que parecida insignificante. Apesar das poucas evidências “históricas secular”, quem é o “pai da fé” é Abraão e não Faraó, quem é o divisor da história é Cristo e não César e Moisés continua sendo lido por milhões de pessoas todos os dias.
Graça e Paz Pava,
Juber Donizete Gonçalves
www.juberdonizete.blogspot.com/
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