Chamada por bandidos de "o demônio de saias", uma parcela expressiva de gente famosa, que já se meteu em trapalhadas com a lei,teve de encarar a fúria legiferante da sua caneta. Só para se ter uma idéia: ela já nivelou seu destino, em fóruns, com gente poderosa como PC Farias, ex-tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, com o próprio, e ainda Orestes Quércia, Pedro Collor, Nicolau dos Santos Neto (o ex-juiz Lalau), o ex-senador Luiz Estevão e o juiz preso pela Operação Anaconda, João Carlos da Rocha Mattos.
Já teve de ser protegida por quatro agentes federais à paisana, em alguns tempos bicudos. Ela tem um sorriso perene, 47 anos de idade e 16 de Procuradoria da República. Mãe de um filho que ama guitarras, esposa e dona de casa. É profundamente religiosa. Assim é a vida de Janice Agostinho Barreto Ascari, talvez a maior estrela feminina do Ministério Público Federal.
Mas, nessas turbulências legais, como reage quem lhe olha nos olhos nesses momentos de decisão? Como acusado encara Janice nas audiências? A egrégora de reações é muito variegada. E dá a dimensão do caráter, ou de parcela de culpa, de cada um. "Alguns abaixam a cabeça e olham para o chão. Outros me encararam firmemente, como se estivessem encarando uma paisagem. Já recebi de outrosolhares de puro ódio. Freqüentemente outros me mostram trejeitos irônicos. Poucos olham com um ar de 'eu errei mesmo'", descreve Janice Ascari.
“Nesses anos todos vejo que a delinqüência financeira dos poderosos é pior que a violência física, porque junto dela vem muito descaso das autoridades”, avalia. Católica e kardecista, Janice Ascari confessa que reza muito. “Eu rezo até pelos réus acusados, e oro para que eu esteja investigando as coisas no caminho certo”, confessa. “Sei que viver é um aprendizado contínuo, peço a Deus clareza e luz para que eu não erre”, diz ela.
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