5.4.08

O sabor do ponto

um ponto incisivo
sem outro que seja encaixe
um pouco se acalma ao sabor pontual
do tanto que aponta seu ponto sem-lugar
um retorno parco
feito no escuro
que escoa o tamanho do ponto
decompõe o conto despontado de gosto ou de dor
e o povo tem alienação amarrada ao ponto
um troco que deponha fora do olho
pega o ponto sem caminho
vai num resto feito de esvaziar
a vida segue na atmosfera que desconta o ponto da ausência
para além do ponto de cisão
e sabe que caminha com pontos alheios
para por outros pontos no lugar
juntá-los pontuando uma escrita agridoce
mas sem ponto final

Leonardo Valesi Valente, poeta de Montes Claros (SP).

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