15.4.08

Osso duro de roer

Só transei depois de cinco anos de casada

Eu tinha medo de, com o sexo, quebrar um ossinho dentro de mim.

Conheci o José na sorveteria do bairro aos 14 anos. Ele era cinco anos mais velho do que eu, um charme. Logo começamos a namorar na pracinha com o consentimento dos meus pais. Mesmo assim demorei oito meses para dar o primeiro beijo. Acho que o José só agüentou porque era muito respeitador.

Subi ao altar aos 21 anos com direito a buquê de flor de laranjeira. Virgindade, no meu caso, era pouco: minha idéia de sexo era que, na primeira relação, um ossinho que a mulher tem lá dentro é quebrado. Deve ser porque minha mãe e minhas seis irmãs nunca disseram uma palavra sobre o assunto. Na minha família, até menstruação era um grande tabu.

EU CHORAVA COM MEDO DE TRANSAR

Passei a lua-de-mel em Santos na maior gripe. O José cuidou de mim uma semana sem tentar nada. Ficamos só nos beijos e abraços. De noite dormíamos abraçadinhos.De volta pra casa não deixei o José consumar o casamento. A gente até tentava, mas depois de uns instantes eu começava a chorar de dor e medo e a coisa não seguia adiante. Meu marido, coitado, teve uma paciência de Jó. Às vezes ele ficava tão chateado que saía pra beber depois que eu fingia que tinha dormido. Desconfio que o meu marido procurou mulher na rua naqueles cinco anos de lei seca. Sim, eu demorei cinco anos para perder a virgindade depois de casada! Apesar disso, morria de ciúme do José.

FUI AO GINECOLOGISTA

O pior era a cobrança da família. Eu até queria filhos, mas o medo era maior. Quando alguém comentava, eu botava a culpa no meu marido dizendo que ele não queria saber de criança. Só mudei minhas opiniões sobre sexo depois que a minha sobrinha e única confidente me levou no médico. Ela estava grávida e me pediu para acompanhá-la ao ginecologista. Quando cheguei lá descobri que a consulta era para mim. O médico ficou bobo com a minha história. Ele me explicou que não tinha ossinho nenhum lá dentro e até me mostrou umas figuras num livro pra eu acreditar. O doutor também me receitou uns calmantes pra relaxar, afinal, eu precisava mesmo.

MINHA PRIMEIRA VEZ

Minha primeira vez não foi nenhum bicho-de-sete-cabeças. Como eu era magra, o José colocou um travesseiro debaixo do meu bumbum para eu ficar mais alta. Doeu um pouco, saiu um tanto de sangue e só. Meu marido ficou tão realizado que abriu um vinho no dia seguinte pra gente brindar.A coisa aconteceu num dia, noutro também e em dois meses eu estava grávida. Nessa época, ah, eu já gostava da brincadeira. Quando contei ao José a lenda do ossinho, ele deu muita risada. Também, né? Enfim, fomos casados por 36 anos. Hoje sou viúva. Quando tiver uma neta, pretendo explicar tudo sobre sexo a ela.

fonte: Sou + eu
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Problemas sexuais são p/ lá de comuns no meio do rebanho. Dia desses, descobri no Orkut uma comu cujo nome já revela tudo: Jaime Kemp me traumatizou. Segundo me informaram, esta é a segunda edição. A comunidade original foi apagada.

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