Quem sou eu? Seguidamente me dizem
Que saio da minha cela
Tão sereno, alegre e firme
Qual dono de um castelo.
Quem sou eu? Seguidamente me dizem
Que da maneira como falo aos guardas,
Tão livremente, com clareza
Parece que esteja mandando.
Sou mesmo o que os outros dizem de mim?
Ou sou apenas o que sei de mim mesmo?
Inquieto, saudoso, doente,
Como um passarinho na gaiola,
Sempre lutando por ar, como se sufocasse,
Faminto de cores, de flores, às vezes de pássaros.
Quem sou eu? Este ou aquele?
Sou hoje este e amanhã um outro?
Perante os homens um hipócrita?
E um covarde, miserável diante de mim?
Ou será que aquilo que em mim perdura,
Seja como um exército em derradeira fuga,
À vista da vitória já ganha?
Quem sou eu?
A própria pergunta nesta solidão,
De mim parece pretender zombar.
Quem quer que eu sempre seja,
Tu me conheces, oh, meu Deus,
SOU TEU.
Dietrich Bonhoeffer, teólogo luterano
26.4.08
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