Quem se acostumou a ser forte e contruiu muros altos, se vê nu e desprotegido quando se arrisca pra viver sendo mais gente, no meu caso, sendo mais mulher. A sensação é de exposição, ou melhor, de fragilidade. Frágil ao sair da retaguarda e ainda cheia de medos e com um pouco de timidez, deixei que você entrasse.
Antes disso, fui eu quem bateu na porta, e, aos pouquinhos fui entrando, às vezes com sua permissão, às vezes na cara dura. E o que vi dentro das janelas e portas empoeradas que se abriam era muito diferente da aparência sombria que tinha do lado de fora. Tinha um mundo desconhecido e encantador, cheio de idéias mirabolantes. Encontrei doçura e ouvi histórias nunca antes contadas. E ouvir cada uma das histórias me deixou feliz.
Contemplando seu universo, comecei a sentir uma inquietação boa. Não sei nomear as impressões ou sentimentos, só sei que eram inspiradores. Depois me culpei por ter me permitido. Temi por ter arriscado e por ter aberto a porta. Mas hoje entendo que não há relacionamento sem uma ponta de vulnerabilidade.
Vulnerável me tornei.
E vejo que não há culpa nisso, há sim muita verdade, maturidade. Tenho orgulho de mim mesma por isso, por ter colocado as armas no chão, por ser mulher, por ser mulherzinha, com todas as coisas boas, neuras e complexidades que há isso.
E embora não saiba onde tudo isso vai parar, o aprendizado da vulnerabilidade carrego no peito: para relacionar-se é preciso sair de dentro de si.
texto da Cibele no blog Nitrogênio.
4.5.08
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