O filme, que conta com o apoio do Centro Che Guevara, em Havana, faz uma adaptação dos diários de Che durante a revolução que começou em Cuba, ao lado de Fidel Castro e seu irmão, Raúl, nos anos 1950. "Che" tem mais de quatro horas de duração - na verdade são dois filmes, "O Argentino" e "Guerrilha" - e será exibido em duas partes no festival.
Esta será a segunda vez de Santoro em Cannes, após sua ida com "Carandiru" cinco anos atrás. Ele também estará no festival com o argentino "Leonera", que assim como "Che" é falado em espanhol e está na competição do festival. O evento abre na quarta-feira.
"Sabia que era um personagem delicado e muito polêmico", disse Santoro à Reuters sobre o papel de Raúl Castro, hoje presidente de Cuba. "Como ator, o que eu tenho que fazer é tentar incorporar um ser humano. Não vou fazer uma análise política, eu não posso julgá-lo", disse.
"Eu estou fazendo não o Raúl Castro. Eu estou fazendo o Raúl, o ser humano, o camarada que viveu aquela revolução."
Para fugir dos "estereótipos" que afirmou ter encontrado na Internet, Santoro embarcou em uma longa viagem a Cuba, durante quase dois meses. Visitou Sierra Maestra, de onde Fidel comandou a revolução, e a casa onde os irmãos nasceram.
"Adorei a ilha, passei dias maravilhosos, adorei as pessoas, a energia", disse Santoro por telefone. "Naturalmente é um mundo paralelo ... nem dá pra ficar descrevendo", disse.
"Mas ficou totalmente guardado no meu coração. Eu me sinto um pouco cubano. Foi muito forte a experiência."
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