Ancorado principalmente em compras para uso pessoal, o Brasil vendeu 2,82 milhões de PCs no primeiro trimestre deste ano, o equivalente a cerca de 21,5 unidades por minuto, segundo dados da consultoria IDC adiantados à Folha Online.
O resultado representa uma alta de 18,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidos 2,378 milhões de computadores. A expectativa é que o Brasil feche 2008 com 13 milhões de máquinas vendidas, o que faria do país o quarto maior mercado de PCs do mundo, ultrapassando o Reino Unido.
Os resultados de 2007 colocaram o Brasil na quinta posição, atrás de Estados Unidos, China, Japão e Reino Unido. De acordo com a IDC, até o final de 2010 o Brasil deverá ser o terceiro maior em vendas de computadores, atrás apenas de Estados Unidos e China.
O IDC considera o dado relativo aos primeiros três meses deste ano "bastante positivo". Isso porque a base do mesmo período de 2007 era bastante alta e considerada "superatípica" pela consultoria.
Naquele período, pela primeira vez desde que a pesquisa é feita, as vendas de um primeiro trimestre haviam sido maiores que as do fim do ano anterior, quando tradicionalmente o mercado está mais aquecido, em razão do 13º salário e de ofertas de varejo. Nos últimos três meses de 2006, foram vendidos 2,11 milhões de computadores.
"O resultado [a alta de quase 19%] é muito bom, na comparação com um período com as mesmas características. O primeiro trimestre geralmente é mais fraco, com exceção do ano passado, e tem uma participação muito pequena no resultado do ano", afirma Reinaldo Sakis, analista sênior de mercado do IDC, empresa que é referência na análise do mercado de tecnologia, com atuação em cerca de 90 países.
Entretanto, houve uma queda em relação ao quarto trimestre de 2007, que havia registrado 3,154 milhões de unidades vendidas. Foi a primeira queda após oito trimestres seguidos de alta.
Relação em alta
Prova do bom momento do mercado é que a relação de computadores vendidos por minuto continua em alta no Brasil. Levando em conta todo o ano de 2006, quando foram vendidos 7.755 milhões de PCs, foram vendidos quase 15 computadores por minuto. Na análise de 2007, com 10.677 máquinas comercializadas, essa relação é de mais de 20 por minuto, contra 21,5 no primeiro trimestre deste ano.
Em 2008, as vendas continuam ancoradas, em volume, nos desktops. Foram vendidos 2,259 milhões dessas máquinas entre janeiro e março, uma alta de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas a alta em termos percentuais é muito maior entre os laptops, que tiveram 563 mil unidades comercializadas - valor 148% maior ante 2007.
Famílias em compras
Analistas afirmam que é o segmento residencial o responsável por essas elevações, com as famílias das classes C e D comprando o primeiro computador, a preços menores que R$ 2.000, e a B adquirindo uma segunda máquina, principalmente laptops.
Isso se tornou possível pela desoneração fiscal dada ao mercado, à queda do dólar e o aumento do crédito e dos prazos de pagamento. "Como a população olha preço da parcela e não valor total, esse é um grande chamariz da venda", aponta o analista do IDC.
E o potencial de crescimento deve se manter alto, caso as condições da economia brasileira não se alterem. Isso porque o número de casas com PCs no Brasil ainda é baixo. Dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2006, do IBGE, apontam que apenas 22,1% dos lares brasileiros tinham um computador.
"É uma alta muito mais baseada no uso pessoal do que no empresarial, com um aumento muito grande no segmento doméstico e pessoal, incluindo profissionais liberais", avalia Fernando Meirelles, professor titular de informática da Fundação Getúlio Vargas.
Pesquisa conduzida por Meirelles apontou que o Brasil chegou, em maio, à marca de 50 milhões de computadores em operação, incluindo casas e escritórios. Ele espera que o país termine o ano com algo em torno de 55 milhões a 60 milhões de máquinas funcionando.
O IDC projeta que esse mercado vai se manter em crescimento pelo menos até 2012, porém com taxas menores. A expectativa é que, naquele ano, o Brasil chegue à marca de 25 milhões de computadores vendidos. "Ainda teremos um crescimento muito forte, mas a tendência é uma diminuição no grau de crescimento", analisa Sakis.
fonte: Folha Online
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