22.6.08

Teologia errática

Quero ser um teólogo do erro, do tropeço. Adão, o primeiro humano, não acertou: ele deixou o mundo dos certinhos para trás quando se deliciou do não-deliciável. Se há uma possibilidade de dialogar com o theos que se irrompe na transgressão e subversão, sinto-me teologando no interlúdio, na fissura, do choque entre o sagrado e o profano.

Quererei mais ausência que presença, imanência que transcendência, finitude que infinitude, incerteza que certeza, dúvida que conclusão, pergunta que resposta, hipótese que teoria, provisoriedade que definitividade, poesia que ciência, fé que religião, esperança que verdade, paixão que compromisso, amor que crença, abismo que fundamento...

E por aí a gente vai errando. Afinal, toda teologia é errada, já que o theos nunca pode ser logado.

Felipe Fanuel

2 comentários:

Felipe Fanuel disse...

Pavarini,

Obrigado por publicar esta minha pequena reflexão. Agradeço também pela paragrafação. Abandono cada vez mais este recurso por não conseguir dissociar um conjunto de idéias de outro. O layout atual do meu blog permite uma sinuosidade das linhas alinhadas sempre à esquerda. Além disso, gosto deste template porque o curto espaço da entrelinha comunica justamente a unidade das idéias.

É claro que por questão de comunicação às vezes o parágrafo é inevitável. Por isso, concordo com a sua interpretação paragráfica que você aqui fez.

Aquele abraço.

Pavarini disse...

"Interpretação paragráfica." O cara só podia ser mestrando da Metô... =]

Big abraço, brother.

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