A multinacional belgo-brasileira InBev comprar a cervejaria Anheuser-Busch, fabricante da cerveja mais popular dos Estados Unidos, a Budweiser, "seria uma vergonha", disse hoje Barack Obama. A companhia comandada por Carlos Brito fez uma oferta hostil à empresa baseada em St.Louis, no Missouri - e as negociações vêm causando polêmica entre os locais.
Há desde rompantes de patriotismo à preocupação com fechamento de fábricas e de vagas. Durante parada de emergência naquela cidade, o candidato democrata respondeu a pergunta sobre o assunto.
Isso faz parte do sistema de livre mercado", disse ele na tarde de hoje. "Eu acho que seria uma vergonha se a Bud fosse de um proprietário estrangeiro. E eu acho que nós deveríamos conseguir achar uma companhia americana que está interessada em comprar a Anheuser-Busch, se, de fato, a Anheuser-Busch acha que a [sua] venda é necessária".
Obama discursa para a platéia que mais cobiça hoje em dia, o operário branco de pouca instrução, que teme que uma abertura maior da economia americana - que já é uma das mais abertas do mundo - custe ainda mais empregos de mão de obra pouco qualificada. Ele sabe que não há companhias norte-americanas interessadas em comprar a Bud e que o fato de uma provável nova proprietária ser norte-americana não garantiria que todas as fábricas e todos os empregos fossem mantidos.
Ironia do destino: ele estava parado lá por conta de uma pane em seu avião de campanha, um MD80. O avião que passou a usar no resto do dia foi um EMB 145 - da brasileira Embraer...
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Entre as tarduções [sic] de "shame", palavra usada por Obama na frase, estão "vergonha" e "pena".
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Vale lembrar que a mulher de John McCain, Cindy, é uma das principais acionistas da Anheuser-Busch, com US$ 1 milhão em ações no final do ano passado. Ou seja, de certa maneira entortada, a cervejaria funciona como ponto de encontro dessa campanha entre o democrata, o republicano e o Brasil...
fonte: blog do Sérgio Dávila
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