Ninguém escapa de estar ferido. Todos nós somos pessoas feridas, seja fisicamente, emocionalmente, mentalmente ou espiritualmente. A questão principal não é “Como podemos esconder nossas feridas?”, para que não precisemos ficar embaraçados, mas “Como podemos colocar nosso eu-ferido a serviço de outros?”. Quando nossas feridas cessam de ser uma fonte de vergonha, passando a ser uma fonte de cura, tornamo-nos médicos feridos.
Jesus é o médico ferido de Deus: por meio de suas feridas nós fomos sarados. O sofrimento e a morte de Jesus trouxeram alegria e vida. Sua humilhação trouxe glória; sua rejeição trouxe uma comunidade de amor. Como seguidores de Jesus nós também podemos permitir que nossas feridas venham trazer cura para outros.
Nossa própria experiência com a solidão, depressão e medo pode se tornar uma dádiva para outros, especialmente quando temos recebido um bom cuidado. À medida que nossas feridas estão abertas e sangrando, nós afastamos os outros. Mas depois de alguém ter carinhosamente cuidado de nossas feridas, elas não mais assustam aos outros ou a nós mesmos. Quando experimentamos a presença curadora de outra pessoa, nós descobrimos nossos próprios dons de cura. Então, nossas feridas permitem que entremos em profunda solidariedade com nossos irmãos e irmãs feridos.
Entrar em solidariedade com uma pessoa que sofre não significa que temos de falar com aquela pessoa sobre nosso próprio sofrimento. Falar sobre nosso sofrimento raramente serve de ajuda a alguém que está passando por sofrimento. Um médico ferido é alguém que pode ouvir uma pessoa que está em dor sem ter de falar de suas próprias feridas. Quando tivermos passado por uma profunda depressão, podemos ouvir com grande atenção e amor a uma pessoa depressiva sem ter de mencionar nossa experiência. Na maioria das vezes é melhor não direcionar a atenção de uma pessoa em sofrimento para nós mesmos. temos de confiar que nossas próprias ataduras irão permitir que ouçamos aos outros com todo o nosso ser. Isso é cura.
traduzido de Daily meditation
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