Jesus lançou questões à humanidade sem esperar uma resposta específica, tudo com o objetivo de nos fazer pensar. Há muita preocupação nos pregadeiros modernos em dar respostas que não têm. Seria melhor, ao invés de dar-nos argumentos mal elaborados, que plantassem perguntas para afastar as nossas mentes de seus confortáveis universos.
Afirmo: não estou a incentivar dúvidas pertubadoras sem respostas. Penso que questões nos leva ao crescimento. Se continuarmos a receber tudo regurgitado, nossas mentes virarão um amontoado de miolos acostumados a aceitar sem processar, filtrar ou questionar. Perderemos a capacidade do discernimento. Pense como algumas coisas que estão sendo faladas em cima de tribunas, já não ultrapassaram há tempos barreiras de coerência e sanidade.
Jesus e Sócrates já eram considerados pessoas enigmáticas no tempo em que viveram. Nenhum dos dois deixou registro escrito de suas idéias. Assim, não nos resta outra saída senão confiar na imagem deles que nos foi legada por seus discípulos. Uma coisa, porém, é certa: ambos eram mestres da retórica. Além disso, ambos tinham tanta autoconfiança no que diziam que podiam tanto arrebatar quanto irritar seus ouvintes. Para completar, ambos acreditavam falar em nome de uma coisa que era maior que eles mesmos. Eles desafiavam os que detinham poder na sociedade porque criticavam todas as formas de injustiça e de abuso de poder. No fim, esta forma de agir lhes custou a vida.
Não sou daqueles que tendem a comparar os ensinamentos de Jesus com revoluções e revoltas mas, é indiscutível que sua forma de agir influênciou não só os pobres e anônimos, como também o poder e seus representantes.
E tudo o que Ele fez: lançou perguntas. Estas batiam de frente com sistemas, dogmas e preconceitos e abriam a mente para o pensar.
O que te causa mais impacto: dizer que é necessário ser bom com o próximo, ou perguntar o que você tem feito pelo próximo? A primeira é o óbvio assimilado por osmose, a segunda é a que te expõe, que te coloca diante da situação.
Portanto, amigos, deixemos de dizer como as coisas são e comecemos a perguntar como elas devem ser.
Thiago Bomfim, no blog Livraria do Thiago.
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