A Playboy já foi uma revista que apelava (com trocadilho, por favor) para um homem sofisticado, se é que isso existe. A começar pelas entrevistas de fôlego com personalidades mundiais e nacionais, uma referência para jornalistas e um alento para o leitor em busca de informação de qualidade e revelações de bastidores. As reportagens eram interessantes e as matérias sobre consumo eram invariavelmente de produtos de luxo, quase sempre inacessíveis na era pré-abertura de mercado. Sinal de que o público-alvo era diferente do atual.
E as mulheres? As que se despiam nas páginas de revista eram estrelas de renome. Estar na capa era um sinal de status. Hoje, sinal dos tempos, ficar pelada na Playboy é a aspiração de aspirantes a participantes de reality show.
Há muito que não compro a revista. Nem mesmo folheio uma. Os últimos exemplares que vi eram a quintessência da vulgaridade, se me permitem essa contradição em termos. Claro que a leitura de uma entrevista com Vampeta ou Supla certamente rende material para o Nonsense. Mas prefiro quando os entrevistados eram Fernando Henrique, Lula, Gabriel García Márquez, Jean-Paul Sartre ou Kissinger. Talvez o problema seja meu, sei lá…
Enfim, devo confessar também que, honestamente, não consigo ver muita graça em bonecas plastificadas com litros de silicone e com cabeleira louro-farmácia que pulam da figuração em programas de gosto duvidoso na TV para as capas de gosto duvidoso da revista.
A edição passada tinha a Mulher-Melancia como atração principal. Só recentemente soube de quem se tratava. E continuo sem compreender o motivo de tanto alvoroço. A que chega este mês às bancas traz uma moça que tem o nome artístico de Sabrina Boing Boing e cujo atributo maior é ser a campeã de amassar latinhas com os seios siliconados. Alguém consegue em pensar em algo com menos classe?
Tenho até medo de pensar nas próximas edições.
Luiz Antonio Ryff, no blog Nonsense.
colaboração: Laion Monteiro
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