Dizei-me: como é possível que no mesmo, sim, no mesmo instante em que eu era mais capaz de sentir todos os matizes "do belo e do sublime", segundo se dizia antigamente entre nós, me acontecesse, como de propósito, não somente pensar, mas também cometer ações abjetas, que…Bem, em suma, ações que talvez todos cometam, mas que, como de propósito, me ocorriam todas as vezes que eu mais tinha consciência de que deviam ser evitadas? Quanto mais consciência eu tomava do bem e de todo o " belo e sublime", tanto mais profundamente submergia em meu lodo, e mais capaz me sentia de afundar completamente nele.
Fiodor Dostoiévski, em Notas do Subterrâneo.
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