O purgatório, segundo a doutrina católica, é um lugar de purificação para os já salvos. Um lugar de expiação por pecados que não puderam ser totalmente purificados durante em vida. Essa idéia é baseada em alguns passagens mais esparsas mas, encontra sua base central em Macabeus, livro considerado apócrifo pelos que aderiram à Reforma Protestante. Estes, conseguintemente, não aceitam tal idéia por que viola uma doutrina de extrema importância do cristianismo protestante: a graça.
Longe de uma crítica extensa sobre tal doutrina católica e sua ascendência no judaísmo, observemos o quanto essa doutrina influencia quem mais a critica: os evangélicos atuais.
Soa absurdo, para o que entende a Graça, o fato de haver um possível lugar para expiação e purificação de pecados, pois o sacrifício de Cristo gerador de salvação purifica todo e qualquer pecado para aquele que reconhece sua misericórdia, independente de penitências. Evangélicos, no entanto, criaram um sistema totalmente novo de purgatório e o incorporaram na doutrina eclesial. A igreja em si tornou-se algo parecido com um purgatório, as semelhanças são verossímeis.
Afinal, o que mais pode ser uma purificação enxertada e alheia à de Cristo do que o manual de regras sem sentido criado pelos protestantes atuais? Como já tinha dito Paulo em Colossenses 2:20-23: "Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies (as quais coisas todas hão de perecer pelo uso), segundo os preceitos e doutrinas dos homens? As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne."
Infelizmente, assim como no purgatório, criaram um sistema em que cada tipo de pecado é catalogado, apurado e penalizado como uma legislação. Aliás, legislação que assim como as "mundanas" também está sujeita a interpretações subjetivas de acordo com a propina.
No purgatório, a idéia básica é a de preparar a pessoa para que possa ver Deus. Na igreja atual a idéia é a mesma, afinal somente sendo freqüente em cultos e liturgias podemos estar preparados para ficarmos face a face com o divino.
Na igreja atual existe uma necessidade implícita de auto-penitência através de longas orações e jejuns, necessidade essa, também observada na teorização do que é o purgatório.
As indulgências e obras de penitência para com os mortos é prática comum no catolicismo, essa talvez seja a maior diferença entre o purgatório e a igreja, enquanto no purgatório os parentes e entes queridos pagam por uma entrada, na igreja é cada um por si. Trabalhe e pague, quem sabe assim a obra de Deus crescerá e seu nome será visto pelo dito Onisciente.
Se sofrimento terrestre é sinônimo de salvação aplica-se para quem vive nos moldes da igreja atual o velho mote: "vai para o céu direto".
Raphael Rap, no Rapensando.
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Um comentário:
Pois eu toco, eu provo, eu manuseio, algumas coisas permissíveis. Eu gostaria de tocar no Pava, mas ele é virtual.(ohhh).
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