11.8.08

Semeando conversas

Já escutei muita gente reclamando que o problema do Twitter são as mensagens em que o cara fala o que está fazendo no momento. Tipo:

- Comendo pastel na feira.

Eu fazia coro com essas pessoas. Para mim, o ideal seria usar o Twitter apenas pra fazer circular coisas interessantes que vamos pescando na rede ou também abrir conversas maiores publicando links para posts do meu blog.

Mas esses dias caiu a ficha em relação a essa ferramenta.

O post mais adequado para o Twitter traz um início de bate-papo porque a função do Twitter é semear conversas. (E de uma maneira diferente das que se tem pelo MSN porque você não sabe exatamente quem está do outro lado da linha.)

De certo modo, o Twitter é uma rede de transmissão de epifanias. O que circula não é a informação seca, mas algo que talvez muito sutilmente una você a uma possível coletividade.

Não precisa ser reflexão profunda e não tem público definido, mas meio que termina com reticências para quem por acaso pegar o bonde, acrescentar seus três centavos. E se isso não acontecer, também não é para se cortar pulsos.

Nesse sentido, entendo o que o Pedro Markun quer dizer quando fala que o Twitter é parecido com o “fluxo de pensamento joyceano”, que você não reflete para participar, mas reage, descarrega estalos da consciência que não precisam ter destino ou forma definidos.

Mas acho que dito dessa maneira, dá a entender que o Twitter seja uma ferramenta individualista, para o sujeito despejar o que tem a dizer, quando o bacana da ferramenta é perceber como ela de certa maneira emula (existe essa palavra em português?) sinapses.

Vejo as conversas pelo Twitter formando trilhas de idéias e informação a partir da associação do que cada ponto do nós faz com a informação que recebe. Tudo geralmente despretencioso, mas ainda assim, construindo correntes de comunicação.

Enfim, este post traz uma idéia ainda em fase de processamento. Se alguém quiser jogar seus três centavos… ;-)

Juliano Spyer, no Webinsider.

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