Através das redes sociais as pessoas dialogam. É diferente dos esquemas clássicos de comunicação porque os receptores são também emissores, canal e ruído. Um especialista deve saber fazer a empresa dialogar com o público.
Não sou o primeiro a dizer que especialista em mídias sociais significa especialista em coisa nenhuma. Esta idéia veio, na verdade, deste artigo escrito por Nathan Burke na Media Bullseye, revista especializa em PR (Relações Públicas) e mídias sociais.
A idéia não é nova. Jornalistas são famosos por serem especialistas em nada. Como você atua com um leque de assuntos tão grande, você não se aprofunda. Então, se mídias sociais significam tanta coisa, é impossível que um especialista nisso realmente entenda detalhadamente qualquer coisa.
Sim e não. De certa forma, tal como jornalistas, quem estuda e trabalha com mídias sociais entende sim de comunicação e marketing. Estuda o que querem as empresas, o que querem os blogueiros, o que querem os membros das comunidades. Para então tentar juntar todos estes interesses em algo (comunidade, blog, plataforma) que agrade pelo menos em parte a todo mundo.
Rede social não é veículo!
O problema é que nós estamos cada vez mais enxergando as redes sociais como veículo de comunicação. E não é, como escreveu o Thiago Nascimento no Ideavertising.
Redes sociais são canais onde as pessoas dialogam. Fogem dos esquemas clássicos de comunicação, porque os receptores não só são emissores como também canal e ruído.
Hoje em dia nossa atenção é seletiva. Não importa o quanto um banner piscar na sua frente, nós desenvolvemos ferramentas de seleção de informação tão avançadas que nem mais enxergamos a publicidade tradicional. Minha mente, por exemplo, já quase nem processa Google ads. Se me perguntarem das páginas que acesso todos os dias, quais têm e quais não têm anúncios, não sei responder. Ver as mídias sociais como se fossem mídias tradicionais é ignorar a atenção seletiva, ou jogar dinheiro no lixo.
Mídia social e mundo corporativo estão longe?
Sim e não. (de novo). Apesar de não haver a aproximação ideal, os mundos se cruzam. Um dos exemplos é a grande discussão nas mídias sociais para promover a volta do sabor tradicional de Nescau, que de alguma forma atingiu a Nestlé e trouxe o achocolatado de volta.
Mas esta é uma ação no sentido público – empresa. Um especialista em mídias sociais deve saber trilhar o caminho inverso, ou seja, fazer a empresa dialogar com o público. E pior: não apenas conseguir trazer as pessoas para o site, mas fazê-las interagir.
Complicado, não?
Chris Brogan tem uma boa sacada sobre isso: a importância de semear. Significa que não basta criar o ambiente e esperar que as pessoas entrem e se divirtam. Você precisa escrever os primeiros artigos das comunidades, os primeiros comentários, subir os primeiros exemplos. É mostrar um caminho, as possibilidades. Para que haja um diálogo, alguém precisa falar primeiro.
Eu tenho este problema no site Balaio Branco. O fórum do site é morto. Eu estou há algum tempo tentando semear, fazer com que as pessoas interajam por lá, mas apenas não funciona. Talvez por falta de volume de público, não sei. Alguém tem alguma idéia?
Voltando: se você planta a semente, e ela brota em algo que realmente acrescenta ao público, há uma grande chance dela começar a crescer por conta própria, pelo boca-a-boca virtual, por posts e comentários em blogs, comunidades, etc.
Como fazer isso? Pergunte a um especialista em mídias sociais…
Rodrigo van Kampen, no Webinsider.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário