Ousada, instigante e polêmica, a tese “Via(da)gens teológicas: Itinerários para uma teologia queer no Brasil”, defendida pelo doutorando André S. Musskopf no Instituto de Pós-Graduação da Escola Superior de Teologia (EST), de São Leopoldo, propõe que a teologia brasileira e latino-americana caminhe por “lugares mais frescos”.
“Percebo que existem outras questões fundamentais na produção do conhecimento da própria Teologia da Libertação que permanecem intocáveis e que são relevantes para se pensar num discurso e numa prática teológica que seja de fato libertadora”, argumenta Musskopf, que foi orientado pelo professor Dr. Rudolf Von Sinnen.
Ambigüidade é palavra-chave da tese de Musskopf, defendida no dia 20 de agosto. Musskopf não tem expectativa de que igrejas, institucionalmente, vão abraçar uma teologia queer, “até porque elas não conseguem nem mesmo discutir homossexualidade”. Mas, prossegue o recém doutor, essas mesmas instituições “precisam ser honestas o suficiente para promover esse diálogo a partir das práticas das pessoas, e não através de dogmas criados em escritórios e conferências”.
André Musskopf tem dois livros publicados sobre o tema: “Uma brecha no armário - Propostas para uma teologia gay”, e “Talar rosa - Homossexuais e o ministério na Igreja”.
Em entrevista concedida por e-mail à revista IHU On-Line, ele acredita que a teologia precisa andar por lugares mais ‘frescos’. “E, com isso, me refiro justamente ao sentido que a palavra ‘fresco’ tem no Brasil, na sua associação com a homossexualidade”. Musskopf pretende revelar de que forma o heterocentrismo (um sistema que impõe compulsoriamente um determinado padrão de relacionamento heterossexual) sustenta sistemas políticos, econômicos, culturais e religiosos que hierarquizam as relações em benefício de determinados grupos sociais.
fontes: ALC / IHU
colaboração: Roseli Oliveira / Ana Claudia Braun Endo
9.9.08
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3 comentários:
uiiiiii uiii rsss
Prezados,
gostaria de deixar minha opinião.
Conheço os trabalhos do referido recém-doutor André Musskopf não o conheço pessoalmente, tampouco compartilho com suas convicções e causas, em especial a da homossexualidade. Entretanto, gostaria de parabenizar o referido acadêmico por ter escrito a dissertação Talar Rosa. Um tema controvertido, ainda tabu, tratado com uma grande habilidade e cientificidade, levando em conta a transdisciplinaridade envolvida, demonstra o esmero e a seriedade com que seu autor trata das questões da teologia queer, tão desenvolvida e avançada nos USA e na Europa, mas desconhecida em solo latino-americano.
Recomendo a leitura e posterior análise crítica. Pode-se encontrar o texto integral no site da EST/IECLB, no site www.est.edu.br, no banco de teses e dissertações.
Abraço,
Gustavo Abadie
Mais uma vez a teologia tentando re-escrever a bíblia de acordo com as práticas dele ao invés do que a natureza e próprio Deus nos ensinam...
muito triste.
Não utilizaria EUA nem Europa como referência para teologia, coisa nenhuma.
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