24.9.08

Zona eleitoral (38)

Dez anos depois de o Macaco Tião conseguir 400 mil votos e a terceira colocação da disputa pela prefeitura do Rio, os eleitores da cidade poderão escolher entre Papai Noel, Xica da Silva, Tarzan e Robin Hood, o rei dos bons ladrões, para uma vaga na Câmara Municipal.

Ao contrário de Tião, macaco do zoológico carioca que não tinha registro de candidatura no TRE, Tribunal Regional Eleitoral, e foi um voto de protesto, os votos dados a tais personagens da história e do imaginário popular não serão considerados nulos. Nas urnas eletrônicas do Rio de Janeiro, pelo menos 38 nomes curiosos como esses aparecerão com candidatura deferida entre os 1224 que se candidatam a vereador. É quase o suficiente para preencher as 51 vagas existentes para o cargo.

Quem quiser dar uma oportunidade a Amarildo Antonio Siqueira, por exemplo, deve votar em Barriga do Açougue (PTC), nome registrado pelo candidato. O mesmo vale para Edivaldo Gonçalves Barros, o Popular Baixinho (PP), ou para Eronildo Mezini Ferreira, mais conhecido como Caroço (PSOL).

Na lista dos candidatos com nomes exóticos aparecem também: Anti-Multas (PTN), Alcoobola (PP), Bacana (PRTB), SOS Mulheres (PDT), Amigo Mago (PSL), Abracadabra (PSDC), João Pangaré (PR), Amigo Bahia (PP), Cheiroso (PDT), Tijolo (PTdoB), Careca (PTC), Chupetinha (PRP), Sombra (PV) e Barrocas, o Repórter do Povo (PRB).

Há, ainda, candidatos que brincam com o próprio nome, como Ubaldo D'Água (PHS), alcunha do funcionário público Ubaldo Bentes Nazário. Outros preferem dar novo acompanhamento ao prenome: Rodrigo - Pai dos Quadrigêmeos (PSL), Pedrinho Fogo Puro (PR) e Jorge Baixa Renda (PSL).

Também há quem opte por esquecer o verdadeiro nome, como Waldecrei Cabral, que virou o Key do Tetra (PR), e quem mostre carinho e reconhecimento para com as avós, como Wilson Costa de Mendonça, o Xodó da Vovó (PSC), e José João da Silva, o Zé da Vó (PTN).

Oliveira Robin Hood (PP), Xica da Silva (PDT) e Tarzan (PV) provam que nome exótico não é exclusividade de partido pequeno como o PTC, de Papai Noel. No PT e no PSDB também é possível encontrar quem preferiu adotar uma identidade perdida na história viking, como Eric Vermelho (na verdade, Wellington Moreira da Silva, do PT), ou a de personagens do cinema, como Gasparzinho (PSDB) e Bradoque (PT).

Para os que acreditam que o trabalho, além de enobrecer, faz o homem, restam o motorista de transporte alternativo Ricardo Douglas Valadares Pirajá, mais conhecido como Pantera Van Q Vem (PDT), e o distribuidor de carvão vegetal Walmir Neves da Cunha, o Corro do Carvão (PCdoB).

Entre os candidatos que mantiveram os verdadeiros nomes, a estranheza fica por conta dos que acrescentaram a identificação profissional de cabeleireiro, mecânico, pipoqueiro, manicure, bombeiro, além de diferentes patentes militares. Nesse quesito, são insuperáveis os professores, que usam o título 26 vezes, segundo a lista de candidaturas do TRE.

Também há os religiosos, que se auto-intitulam bispos, bispas e pastores: são cinco, no total; às vezes, com nomes acrescidos de expressões como "para glória de Deus" ou "o Abençoado".

Outros tantos, menos devotos, e mais generalistas, se intitularam simplesmente de "o amigo", "o seu querido", "o remédio", "é jóia", "irmão e amigo", "amigo do povo" e "o enfermeiro do povo".

fonte: UOL

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