5.10.08

Eldorado: rubro de sangue (e de vergonha)

Nesse ano de 2008 fez 12 anos que ocorreu uma das maiores chacinas contra trabalhadores rurais já vistos no mundo, que ficou conhecida como o Massacre de Eldorado de Carajás.

Segundo informações do MST, “Passados 12 anos do massacre no Pará, permanecem soltos os 155 policiais que mataram 19 trabalhadores rurais, deixaram centenas de feridos e 69 mutilados.

Entre os 144 incriminados, apenas dois foram condenados depois de três conturbados julgamentos: o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, que aguardam em liberdade a análise do recurso da sentença, que está sob avaliação da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça)”.

Diante de tal brutalidade contra a vida humana, assim também como foi o caso de outros massacres como: o da Candelária, Vigário geral e Carandiru, qual o sentido da vida para o homem?

Segundo o consciente geral, a vida traz a idéia de ‘condição de existência’, ou como define os periódicos de pesquisa, a vida “pode ser definida como atividade interna e externa de um organismo em relação ao seu ambiente”.

Para exemplo dessas ‘atividades orgânicas’, o Dr. Drumomond, citado por E.H. Bancroft, diz que “a vida vegetal faz a planta, a vida aviária faz a ave [e] a vida humana faz o homem” (Bancroft, 2001, p. 24). Ou seja, dentro dessa lógica simples que montamos aqui, nós, seres humanos, grosso modo, entendemos diante das atrocidades frente e contra a vida, que ela não passa de algo descartável como os nossos próprios dejetos liberados em latrinas.

Certa vez o Cristo disse que era, i é, o caminho, a verdade e a VIDA, pois assim “como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao filho ter vida em si mesmo”.

Sendo assim, se estamos de fato em Cristo, que nos concede vida, e vida em abundância, porque como igreja de Deus no mundo ainda não somos promotores dessa vida em nossos atos de solidariedade e de justiça contra a tais impunidades?

Se estivermos de fato em Cristo, a relação de vida nEle, mesmo considerando que ele não está limitado a complexidades orgânicas e ambientais, é segundo Mullins, “sua atividade de pensamento, sentimento e vontade (...) é o movimento total e íntimo do Seu Ser que O capacita a formar propósitos sábios, santos e amorosos, e a executa-los” (2001, p. 25).

Dito isso, e compreendendo um pouco a relação de Deus com a vida, ou poderíamos dizer, da sua própria essência, será que a igreja, nós, desde a Cruz já não estamos capacitados para essa ação?

Que o Deus da vida tenha misericórdia das nossas...

Robinson J. De Souza (Roberas), no blog Roberas.com.

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