Polícia Civil informou que o adolescente de 16 anos apreendido ontem em Rio Brilhante (MS) contou que escolhia as vítimas pela "vida desregrada" que levavam e, a partir daí, decidia se deviam morrer ou não. Ele é suspeito por matar três pessoas que foram deixadas com os braços e pernas imobilizados em forma de cruz no local do crime. Segundo a polícia, na abordagem antes do crime, era realizada uma espécie de entrevista, onde ele as classificava como "puras" ou "impuras".
"O rapaz alegava que suas vítimas estavam no descaminho, confrontando as teorias de um suposto deus, na verdade satânico, que ele idolatrava. Matando essas pessoas, ele pensava estar fazendo um favor a elas", explicou a delegada Maria de Lourdes Souza Cano, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e ao Adolescente (Deaij).
Entre o material encontrado no quarto do adolescente está um papel, onde ao lado do nome de cada pessoa estão as palavras "salva" ou "morta", conforme o suposto julgamento realizado. Também foram encontradas revistas pornográficas, além de objetos das vítimas, como um celular, uma blusa e uma pulseira.
Nas paredes, havia diversos pôsteres e fotos de Francisco de Assis Pereira, conhecido como Maníaco do Parque, que estuprou, torturou e matou seis mulheres em São Paulo na década de 1990.
De acordo com a Polícia Civil, o objetivo do adolescente seria de que, começando aos 16 anos, conseguiria fazer mais vítimas do que Pereira, que começou aos 17. Para isso, ele teria determinado que a cada inverno deveria executar as pessoas que considerasse inadequadas às suas crenças.
Durante os crimes, o adolescente utilizaria luvas cirúrgicas para evitar a identificação pela polícia. Nas abordagens, seriam feitas perguntas referentes a preferências sexuais e relacionamentos anteriores.
O jovem também guardava os jornais com as notícias das mortes. "Ele confessou sentir-se importante, como se visse a própria imagem nos telejornais, e tinha um comportamento diferenciado, apesar de se relacionar bem com a família", afirmou a delegada.
Por ser menor de idade, ele foi encaminhado para uma Unidade Educacional de Internação (Unei), onde cumprirá pena sócio-educativa. A polícia descartou a possibilidade de co-autores no caso, mas ainda investiga a possibilidade de que ele tenha cometido outros crimes.
Mortes
A polícia informou que a primeira vítima, identificada como Catalino Cardena, 33 anos, foi encontrada em um terreno baldio no centro da cidade no dia 24 de julho. Cardena tinha uma perfuração no peito e estava com os braços abertos e os pés juntos. O corpo foi deixado no local sem a camisa e com a inscrição INRI no peito feita com uma faca.
Em 24 de agosto, o corpo de Letícia Neves Oliveira, 22 anos, foi encontrado sobre o túmulo do cemitério da cidade, na mesma posição. A jovem estava nua e possuía a tatuagem de uma cruz no peito. De acordo com a Polícia Civil, ela foi estrangulada.
Em setembro não houve crime, mas foi quando o adolescente teria abordado a única vítima que conseguiu sobreviver, que agora depõe no processo. Identificada apenas como Carla, ela foi classificada pelo jovem como "pura".
Na última terça-feira, a polícia encontrou o corpo de uma adolescente de 13 anos, que possivelmente também foi estrangulada, na mesma posição. Junto ao corpo, havia um bilhete com cruzes e letras soltas que, entre as possibilidades, podem formar a palavra "inferno".
fonte: Terra
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