3.10.08

Os falsos profetas modernos

Existem pessoas que se dizem religiosas, porém seus atos demonstram o contrário. Jesus fala delas em várias partes dos Evangelhos, colocando-os como "lobos em pele de cordeiro". Podemos ver nas TVs, jornais e rádios uma série de pseudoprofetas, que falam em nome de Deus, mas colocam como se as graças do alto pudessem ser alcançadas através do dinheiro.

Usam de suas igrejas para iludir a boa fé dos ignorantes sobre os ensinos cristãos. Falam do evangelho, exaltam a Jesus, contudo ligam suas orações à troca com Deus, onde quem der mais poderá ter mais benefícios. São os modernos vendedores de indulgências.

As três das principais características que envolvem os discursos destes falsos profetas são :

I- Descompromisso Moral
II- Deus cambista
III- Fé Cega

Há o "Descompromisso moral", isso é, não se exige dos que vierem a segui-los uma modificação moral significativa. Embora citem a necessidade de se fazer o bem, isso nada mais é do que um aparato para enfeitar o verdadeiro objetivo: a doação financeira.

Os falsos profetas insinuam que Deus faz trocas, ou seja, um Deus cambista, onde quem der mais dinheiro, será mais atendido, porém, não há em lugar algum dos Evangelhos de Jesus a troca com Deus. Muito pelo contrário, o Mestre Jesus deixa claro que "nós mesmos" devemos levar nossas cruzes, ganhar "o pão" com o suor de nosso rosto, e que só ganhará o Reino de Deus (que é a paz de espírito) aquele que fizer ao próximo o que deseja a si mesmo.

Na verdade , o que guia os seguidores destes fariseus modernos é a "Fé cega", incutida neles com discursos inflamados, demonstrações de pseudo-exorcismos, onde o que na realidade se vê é manifestação de obsessores que se comprazem com aquele espetáculo. As pessoas crêem porque mandaram crer, e não porque compreendem os acontecimentos ou as ordens que lhes são dadas. Novamente, é a esperteza explorando a credulidade ingênua.

Eis algumas passagens do Evangelho, que traçam um paralelo com o que vem ocorrendo na sociedade:

I- Os Vendilhões do Templo "Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração. Porém, vós a tendes transformado em covil de ladrões" (Mateus, XXI; 12 e 13). A insensatez que nós presenciamos dia a dia , como alguns exemplos: venda de potes com água que seria do Rio Jordão, onde Jesus foi batizado, como se a água fosse abençoada; de pedras que seriam do Templo onde Jesus pregava; de areia que seria de Jerusalém, onde o Mestre caminhava.

É um absurdo a venda destes pseudo-amuletos, isto porque, o único meio de afastar as más influências de nossa vida ou termos paz é melhorarmos nossa conduta moral. Nada material poderá ter alguma influência sobre o espiritual.

II- "Desafio" a Deus "Ai de vós, condutores de cegos, pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, ou pela oferta, este faz certo. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta, o ouro, ou o templo de Deus?" (Mateus, XXIII; 16).

Comparemos com a assertiva acima às imagens que todos vimos pela TV, onde pastores, em cultos realizados nos estádios do Maracanã e do Morumbi carregavam sacos de dinheiro doado pelos fiéis, iludidos que o juramento, o testemunho embasado na oferta teria mais validade para o Pai.

E mais, compare também, com os pastores conclamam seus seguidores a "desafiar a Deus". Citam o Velho Testamento, das Escrituras, onde Josué, um dos líderes do povo Hebreu, desafiou a Deus para conseguir seus intentos. Para os falsos profetas da modernidade, desafiar a Deus é dar uma quantia em dinheiro, desde que Deus lhe dê em dobro. Ou seja: ludibriam ao fiel, afirmando-lhe que se ele der seus bens, Deus tem a obrigação de lhe retribuir em dobro.

Deus não tem obrigação nenhuma para conosco. Ele criou as Leis da vida, e cabe a nós respeitá-las para termos uma vida próspera e com paz. Deus escuta nossos pedidos, mas Jesus alerta que temos que merecer a ajuda do Alto. E dar dinheiro à igreja ou ao templo não nos isenta de nossas responsabilidades morais, de melhoria íntima e para com o próximo.

III- "Hipócritas! Devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo" (Mateus, XXIII; 1 a 22) Jesus sempre nos alertou quando estas atitudes de enganação são feitas por pessoas que têm conhecimento das coisas de Deus, seus julgamentos serão piores.

Quando o homem tem a oportunidade de conhecer o Evangelho, e ao invés de fazer bom uso deste entendimento em benefício do próximo apenas tira proveito para si próprio, esse com certeza sofrerá as conseqüências.

Lembre o próprio Jesus, que diz: "Se alguém enganar um desses pequeninos (pessoas que não tem conhecimento), melhor seria que se amarrasse uma pedra no pescoço e se atirasse no fundo do mar". Daí, dá para se ter uma idéia da responsabilidade de quem fala em nome de Deus.

Devemos entender e melhor, compreender, que a Casa de Oração, seja de qual religião que for, não é um local onde trocamos benefícios com Deus, mas sim um meio de nos conscientizarmos de nossos erros e buscar uma melhoria em nossa conduta, pois a única moeda que o Pai aceita como câmbio é o amor ao próximo.

Alvaro Luiz Carvalho da Cunha, no Canal 1.
dica do Rubinhu

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