Cristãos, muçulmanos, hindús, espíritas, ateus, devem aprender a existir lado-a-lado, respeitando-se mutuamente. Não se trata de Ecumenismo, que é, por definição, a fusão de religiões diferentes.
Como cristãos, devemos aprender a respeitar àqueles que pensam diferente de nós. Ninguém é obrigado a abraçar nossa fé. Lembremo-nos que não é por força, nem por violência, mas por obra e convencimento do Espírito.
Diferenças doutrinárias, culturais, sociais, raciais, não devem nos impedir de coexistir respeitosa e pacificamente. Jamais converteremos alguém à base de discussões calorosas. Desejar o desaparecimento de alguém, simplesmente por não concordar com seu modo de vida, ou com sua doutrina, é o mesmo que alimentar um sentimento homicida.
O que Deus espera de nós, não é apenas que aceitemos a existência do outro, mas que o convidemos a participar de nossa vida. Coexistir já é um enorme passo. Mas o projeto de Deus para nós vai muito além que a simples coexistência. Ele nos chama à convivência.
Devemos buscar ir além da mera coexistência. Temos que buscar a CONVIVÊNCIA. A diferença entre conviver e coexistir é que convivência implica viver juntos, ter vida em comum, enquanto que coexistência implica viver lado-a-lado, cada qual respeitando o espaço do outro.
Convivência só é possível onde haja comunhão. Mas para que haja comunhão, temos que estar em concordância acerca da Verdade. À medida que partilhamos o Evangelho, nosso círculo de convivência vai aumentando.
Talvez a coexistência seja o primeiro passo rumo à convivência. Mas não podemos parar por aí. Devemos buscar conviver, não apenas coexistir; conviver carinhosamente, em amor, e não apenas em tolerância mútua.
Pra coexistir, temos que aprender a tolerar os outros. Pra conviver, temos que aprender a perdoar. Pra coexistir, basta respeitar e aceitar a existência do diferente. Pra conviver, tem que amar, e convidar o diferente para que faça parte de nossa vida.
Podemos coexistir, sem nos importar com o outro. Simplesmente ignorar. Fingir que ele não existe, e assim, deixá-lo em paz. Mas para conviver, temos que abrir a porta de nossa casa. Temos que acolhê-lo e amá-lo.
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5 comentários:
Obrigada pro me mostrar a diferença. Preciso colocar isso em prática. DEUS disse: não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.
Quem, por sorte ou azar, é filósofa(o) assim como eu, ou quem estuda as palavras de algum modo, sabe que os conceitos não são unívocos, isto é, eles não costumam ter um único significado, um único modo de serem compreendidos. Assim, penso que o texto apresenta 2 pontos problemáticos:
Primeiro, ecumenismo, por definição, NÃO quer dizer fusão de religiões. Ecumenismo diz respeito tão somente à comunhão das diferentes comunidades cristãs. Assim sendo, quando se fala em ecumenismo quer-se dizer a aproximação entre, por exemplo, luteranos e anglicanos, ou presbiterianos e batistas, ou metodistas e luteranos e por aí vai. Acho que o autor entende por ecumenismo significa, em verdade, diálogo inter-religioso: este sim aproxima as mais diferentes religiões. Mas, ainda assim, não quer dizer fusão. Fusão religiosa é sincretismo, e normalmente não é algo refletido ou, menos ainda, propagandeado.
O segundo problema que vejo é quanto à compreensão do termo coexistência. O prefixo "co" significa "junto de", que em alguns casos pode ser interpretado como "ao lado de", mas que de modo algum estabelece alguma forma de hierarquização entre aqueles que estão "no centro" e aqueles que estão "ao lado". Sendo assim, a coexistência alardeada aos 4 ventos me parece muito com a convivência que o autor defende no texto, já que existir e viver são coisas bem semelhantes. :) Coexistir é existir junto, ao lado, lado a lado, em parceria, em tolerância, em respeito, em cooperação.
Acho que o autor e o Bono não estão tão distantes assim. ;)
Já sei : existo, logo vivo ou será vivo logo existo? rsrs
A Internet engana bem.
Mas como diria minha avó:
"Bom mesmo é comer um kilo de sal junto"
beijo!
Sensacional texto.
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