"Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: como sou misteriosa. Sou tão delicada e forte, e a curva dos lábios manteve a inocência. Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio. Por uma fração de segundos a gente se vê como um objeto a ser olhado. A isso se chamaria talvez de narcisismo, mas eu chamaria de alegria de ser. Alegria de encontrar na figura exterior os ecos da figura interna. Ah! Então é verdade que eu não me imaginei. Eu existo".
A Surpresa, Clarice Lispector. A Descoberta do Mundo.
3.12.08
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Um comentário:
Cai bem prá mim que faço sempre isso.
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