3.12.08

Livros mudam pessoas

Iraniana torna-se salvadora de mentes

Aos seus olhos, elas são todas filhas e irmãs. A órfã de 18 anos já casada e mãe, mas com fome de aprender. O par de colegiais tímidas, nervosas no início, mas logo remexendo ansiosamente nas estantes repletas de livros. A matrona dona de casa, insegura e inculta, mas descobrindo o mundo além das favelas do sul de Teerã com a leitura de Fiodor Dostoievski e Jean-Paul Sartre. Para as mulheres de sua vizinhança, Nazamin Gohari se tornou uma salvadora de mentes. Alguns anos atrás, a cabeleireira meio período que virou ativista comunitária transformou seu acanhado apartamento numa biblioteca para mulheres, coletando livros usados para encher as estantes improvisadas em sua sala de visitas. Inicialmente, ela as abasteceu de romances baratos, poesia, títulos de auto-ajuda e faça você mesmo. Mas a demanda por livros de culinária e riscos para bordados acabou dando lugar a pedidos de livros de preparação para a universidade e literatura. As garotas que folheavam livros infantis ilustrados floresceram em mulheres voluntariosas ávidas para chegar à educação superior. Gohari recorda uma moça de 17 anos chamada Sedigheh, que veio até ela chorando, perturbada porque seus pais não podiam pagar o material escolar de preparação para o vestibular.

Trecho da matéria de Borzou Daragahi, correspondente do Los Angeles Times, traduzido e publicado no jornal O Estado de S. Paulo do último domingo. Conta a história da iraniana Nazamin Gohari, que transformou sua sala em uma biblioteca para mulheres, a partir de livros coletados ou doados. (Na íntegra, para assinantes)

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